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Garantia de emoção no reencontro

Às vesperas de seu retorno ao Mineirão, para enfrentar o Cruzeiro, Marcelo Oliveira sente o carinho dos torcedores durante rápida passagem por BH, aproveitando folga no Palmeiras

postado em 04/08/2015 11:00 / atualizado em 04/08/2015 08:27

EM DA PRESS
Marcelo Oliveira não passa anônimo pelas ruas de BH. Seja no banco, no supermercado ou em restaurantes, por onde anda é abordado pelos torcedores – e aí não importa a cor da camisa. Um caso raro de unanimidade entre atleticanos, americanos e cruzeirenses. “O tempo todo o pessoal se aproxima para me cumprimentar. Os cruzeirenses dizem que eu não devia ter saído, muitos até me pedem para voltar. Os atleticanos falam que esperam me ver de novo no comando da equipe. Os americanos também são muito carinhosos. Todos dizem que estão torcendo por mim, menos contra o time deles”, conta, aos risos. Ontem foi um desses dias em que, entre um compromisso e outro na capital mineira, Marcelo sentiu o carinho com que é tratado por aqui – na cidade desde a noite de domingo, o técnico do Palmeiras aproveita uma rápida folga na tabela do Campeonato Brasileiro para recarregar a energia ao lado da família e se preparar para uma partida carregada de muita emoção: o reencontro com o Cruzeiro, domingo, no Mineirão, onde viveu as maiores alegrias de sua carreira como treinador.

Há pouco mais de dois meses, Marcelo foi demitido pela diretoria celeste, levando na bagagem o bicampeonato nacional. As boas lembranças do período vivido na Toca bloqueiam qualquer indício de mágoa e não despertam outro sentimento no técnico que não seja o de orgulho: “Foi uma parceria muito bacana, dois anos e cinco meses de muita alegria, com a torcida sempre ao lado do time, apoiando o meu trabalho. Houve aquela contestação inicial, até pela rivalidade. Havia um risco, então fico muito feliz por ter dado tudo certo. Vivemos momentos brilhantes. Houve uma aproximação grande da torcida com o clube, aumentou o número de sócios-torcedores, a venda de camisas, frutos muito bacanas do trabalho”.

A receptividade dos cruzeirenses nas ruas de BH reforça em Marcelo a gratidão pela história construída no Cruzeiro. Por isso, ele não espera reação diferente da torcida no domingo, quando voltar a pisar o gramado do Gigante da Pampulha, agora como adversário. “Respeito. Acredito que será assim. Sempre respeitei todas as torcidas, até por isso tenho o carinho dos cruzeirenses e dos atleticanos. Isso é gratificante. Esse reconhecimento é o que mais recompensa o nosso trabalho, não é para qualquer um.”

VIBRAÇÃO
Ele admite o caráter especial da partida contra o ex-clube. “Vai haver um envolvimento emocional no início, na entrada em campo, no reencontro com os jogadores. Seria muita frieza se não fosse assim. Mas depois entra a concentração do jogo, que é importante para as duas equipes”, afirma Marcelo, que não apela para o politicamente correto quando o assunto são suas reações durante o confronto – sobretudo em caso de gol palmeirense. “Vou vibrar, sim. Até respeito quem não vibra, mas as pessoas precisam entender que quem vibra o faz a favor do seu time, e não contra o outro. E para o Palmeiras a vitória é decisiva”.

O bom início no Palmeiras – são seis vitórias, um empate e duas derrotas, com 18 gols a favor e cinco contra – colocaram o time paulista e Marcelo Oliveira novamente na vitrine do futebol brasileiro. Estaria o tri de Marcelo ganhando forma? “O ambiente no Palmeiras é muito bom, com jogadores que gostam de trabalhar, um clube muito organizado, as coisas estão funcionando bem, estou muito feliz. Mas o tricampeonato vai ser difícil, o Brasileiro deste ano está mais concorrido ainda. A expectativa é de que neste momento em que a competição entra nesta maratona, o grupo do Palmeiras possa fazer a diferença. Não temos uma estrela, um craque de destaque, mas contamos com jogadores de nível muito bom e obstinados”, afirma.