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Mano completa um mês de trabalho no Cruzeiro: conheça cinco grandes diferenças para 'era Bento'

Treinador chegou no fim de julho à Toca e encontrou vários soluções para problemas

postado em 27/08/2016 17:41 / atualizado em 27/08/2016 17:53

Edesio Ferreira/EM/D.A. Press
Apresentado em 27 de julho na Toca da Raposa II, Mano Menezes completa neste sábado um mês de trabalho desde que retornou ao Cruzeiro - 2 vitórias, 2 empates, 1 derrota e 60% de aproveitamento. Após saída traumática no fim do ano passado, depois de romper um planejamento e decidir se transferir para o futebol chinês, o comandante já conseguiu reforçar os laços com o torcedor em 2016 e criar expectativa por resultados bem diferentes dos alcançados pelo clube no primeiro semestre, quando Deivid e Paulo Bento lideraram a equipe.

“Coincidentemente, comparando com o mesmo período do ano passado, nos cinco primeiros jogos nós fizemos a mesma campanha. Duas vitórias, dois empates e uma derrota. Mudou só a ordem da derrota, que ano passado foi na segunda rodada e nessa na primeira rodada, contra o Santos. Saímos da zona de rebaixamento, era importante que isso acontecesse. Você vê na prática a demonstração do crescimento que a equipe teve”, disse.

“Você precisa ter fatos que comprovem isso, o jogador precisa enxergar, o torcedor precisa enxergar e, pela primeira vez, enxergamos na tabela de classificação. Mas a margem ainda é estreita, é apertada, temos que continuar melhoramos, precisamos construir vitórias e domingo teremos mais uma oportunidade de fazer isso. Voltar a vencer dentro de casa, no Mineirão, para confirmar nosso crescimento, isso é fundamental”, complementou.

O Superesportes listou cinco grandes diferenças do trabalho realizado por Mano Menezes do que era liderado pelo português Paulo Bento. Confira:

1 – Mudança na preparação física

Washington Alves/Ligth Press/Cruzeiro
Em determinado momento da campanha do ano passado, Mano Menezes foi questionado se o time que pegou das mãos de Vanderlei Luxemburgo, em setembro de 2015, era “mal treinado” ou “desmotivado”. Na ocasião, o comandante respondeu que “desmotivado o time não estava”. Desta vez, porém, o técnico gaúcho não acredita em nenhuma das hipóteses, mas no crescimento físico da equipe, principalmente, para a volta dos resultados positivos.

Existem diferenças de condução do trabalho, de entendimento do trabalho. Na parte física, nós precisávamos de melhora e estamos melhorando. Aí entra na filosofia e cultura de trabalho, entra nas especificidades profundas, das mesmas maneiras de questões técnicas e físicas. Nós, brasileiros, acreditamos nisso pela cultura dos jogadores que temos e formamos. Nesse período de 30 dias intensificamos fundamentos da parte física e a equipe ganhou um pouco mais de força no geral. O restante é opção nos jogadores e tive a sorte de ter o retorno de atletas importantes e eu utilizei porque já os conhecia e essas opções fazem com que o comportamento seja diferente. Mas não se trata de mau treinamento e sim de escolhas.

2 – Horário dos treinamentos e atividades fechadas

Edesio Ferreira/EM/D.A. Press
Paulo Bento chegou ao Cruzeiro e, de cara, implementou sua filosofia. No primeiro dia de trabalho, uma terça-feira, o treinador português permitiu apenas trinta minutos de acesso da imprensa e mudou a logística na Toca da Raposa II. Além disso, o calendário de atividades passou a ser todo realizado pela manhã. Mano, por sua vez, embora tenha por hábito liderar alguns trabalhos no período matutino, mudou a rotina, comandando treinamentos também no período da tarde. O acesso da imprensa também cresceu muito. Até aqui, foram poucas atividades fechadas.

3 – Relacionamento com imprensa, funcionários do clube e jogadores

Washington Alves/Ligth Press/Cruzeiro
Longe de afetar no rendimento da equipe dentro de campo, mas o relacionamento do técnico do Cruzeiro com os jornalistas no dia a dia da Toca da Raposa II melhorou substancialmente após a chegada de Mano Menezes. Com perfil mais fechado, Paulo Bento sempre foi muito educado em suas análises, mas dispensava muita atenção aos jornalistas que participam da cobertura do clube. Muito diferente, o atual técnico sempre está disposto a boa conversa na beira do campo. Da mesma forma, com funcionários e jogadores do Cruzeiro. Enquanto Bento era centralizador e ouvia apenas seus homens de confiança, Mano tem relacionamento mais aberto com os jogadores e dá maior atenção aos profissionais que trabalham no clube há mais tempo.

4 – Time fixo, sem rodízios

EM/D.A. Press
Uma das principais críticas ao trabalho de Paulo Bento, que recebeu apoio maciço da torcida até a reta final de seu trabalho, foi sobre as escolhas por determinados jogadores, numa espécie de ‘birra’, e o rodízio promovido pelo português. Em cada partida, uma surpresa diferente. Jogadores que ganharam inúmeras chances no time do português, casos de Bruno Viana, Bruno Ramires e Allano (emprestado), por exemplo, nem sequer foram aproveitados pelo técnico gaúcho. Mano recuperou a confiança do setor defensivo, principalmente, com a escalação e sequência de dois jogadores experientes: Bruno Rodrigo e Manoel. No meio, Ariel Cabral retornou ao melhor de sua forma e substituiu o irregular Bruno Ramires.

5 – Metodologia de treinamentos

Cruzeiro/Divulgação
Durante o período em que comandou o Cruzeiro, Paulo Bento criou a rotina de sempre deixar seus jogadores muito informados. Antes de todas as atividades na Toca da Raposa II, o técnico português realizava uma espécie de preleção para explicar o treinamento que viria adiante. Em sua chegada, Mano ponderou sobre a filosofia de seu antecessor e já nas primeiras semanas disse que percebeu que os jogadores do clube “estavam trabalhando com muitas informações”. Embora a imprensa não tenha conhecido a metodologia de treinamentos de Bento, no dia a dia do atual treinador é possível observar muitas orientações e correções durante as atividades. Além disso, Mano mostra coerência: “time que treina, joga”, conforme prometeu em sua entrevista de apresentação.