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Além de terceira camisa, Cruzeiro lançará modelo retrô; diretor da Umbro conta o processo criativo

Evento de lançamento está marcado para segunda quinzena de novembro. Adriano Eziliano garantiu ao Superesportes que criações atenderão demanda do torcedor

postado em 21/10/2016 08:00 / atualizado em 20/10/2016 17:36

Marcos Vieira/EM/D.A. Press
Depois de o Cruzeiro confirmar o lançamento do terceiro uniforme para a sequência da temporada, o diretor de produtos da Umbro, Adriano Lopes Eziliano, revelou a criação de uma camisa retrô ainda para 2017. Os dois modelos irão homenagear os 50 anos da conquista da Taça Brasil de 1966. O evento que mostrará as camisas está agendado para a segunda quinzena de novembro, mas os detalhes ainda são guardados a sete chaves.  

Em longa entrevista ao Superesportes, o dirigente contou os principais diferenciais do material da marca britânica, as inspirações para as confecções e as orientações para o uniforme que é direcionado ao jogador e ao que é comercializado nas lojas. Além disso, Eziliano analisou o início da parceria com o Cruzeiro, admitiu uma “curva de aprendizagem” e contou curiosidades do início de comercialização, como a demanda alta por camisas de goleiro.

Confira a entrevista na íntegra com Adriano Lopes Eziliano, diretor de produtos da Umbro:

Logo no lançamento da primeira linha de uniformes, os jogadores que participaram da festa destacaram diferenças no material da camisa em relação ao da Penalty, última fornecedora. Quais são eles?

A gente procura sempre trazer os tecidos para atender a necessidade do clube. É um tecido leve, não fica muito molhado com suor e é um toque macio, gostoso de usar, não incomoda. Não faz diferença para o público comum, mas para o jogador de alta performance, em condições de atrito, sol, chuva, com o passar do jogo vai ficando mais pesado alguns detalhes a gente se preocupa muito com tudo isso.

Pode me explicar como é o processo de criação das camisas? Especificamente a terceira do Cruzeiro, que vem aí no próximo mês. De onde a Umbro busca as ideias, as inspirações?

Tudo eu não posso te contar (risos). A Umbro está muito próxima do clube, que é quem está próxima das referencias da torcida e que nos dá acesso aos jogadores. Trabalhamos sempre próximos, pegando informações para desenvolver o uniforme, tanto em técnica como em design. Cada clube tem sua história única, suas particularidades e essa proximidade é importante para que cada clube tenha sua identidade preservada. A Umbro não trabalha proposta idêntica para todos os clubes, buscamos valorizar o que cada clube tem de positivo. O processo é junto da diretoria, eventualmente com alguns torcedores e também uma pesquisa na história do clube.

Na confecção do primeiro material houve essa aproximação com diretoria, alguns jogadores, mas menos com a torcida pela rapidez do processo. Fui tudo muito célere entre a assinatura do contrato e o lançamento do uniforme. Mas estamos monitorando sempre rede social, o que o torcedor pensa. A Umbro desperta interesse nas mídias, não importa de que clube. Enquanto estávamos pensando o uniforme, observamos desenhos publicados nas redes, o que era a concepção do torcedor. Estamos atentos a tudo isso e usamos como informação.

O torcedor tem a opção de comprar um modelo de jogo e um modelo mais popular, com valor inferior. Sabe me dizer as principais diferenças?

A orientação da criação é diferente. O uniforme direcionado ao jogador é confeccionado com os melhores materiais, técnicas e competências disponíveis para entregar ao jogador, para que ele se sinta confortável e auxilie no desempenho. Já o torcedor tem necessidade diferente. A diferença é também de modelagem. Ela é mais ajustada para o jogador, dificulta até o adversário que puxar a camisa. Já o perfil do torcedor não é nem próximo ao de atleta. A modelagem do outro uniforme se ajusta a ele e ao conforto dele.

Recebemos reclamações de torcedoras do Cruzeiro que a primeira linha confeccionada pela Umbro só disponibiliza modelos masculinos, exceto o 1º e 2º uniforme. Por que?

Em parte pela correria, mas tem também um pouco do que chamamos de curva de aprendizagem. Cada torcida se comporta de um jeito. O mix de produtos é diferente e isso a gente vai aprendendo com o tempo. Existem clubes que demandam por modelos infantis, outros por modelos femininos, enfim. É curva de aprendizagem, principalmente. No caso específico do Cruzeiro, tem uma demanda de goleiro, pela história do Fábio, coisas que outros clubes não tem tão forte. Cada clube tem sua particularidade.

Bruno Senna/Cruzeiro/Divulgação
A gente vê, cada vez mais, um desejo de torcedores personalizarem camisas com números de seus jogadores preferidos. Nas lojas, porém, há uma tendência muito forte em vender apenas a camisa 10. Fornecer uniformes com números difentes do trivial ou com possibilidade de personalização é preocupação da Umbro?

A gente faz isso hoje. O 10, 9 o 7 são os números mágicos do futebol. A gente vende um modelo sem número que o torcedor pode colocar o número que ele quer. É um trabalho para fazer com a loja. Vai da demanda do varejo, também. Como eu disse, a gente procura trabalhar próximo do clube e conhecer essas especificidades.

O Cruzeiro sempre vendeu muito as camisas retrô. Me lembro que quando a Umbro chegou ao clube, uma das principais animações da torcida era com os modelos retrô, por já ter fabricado modelos muito bonitos pelo Brasil. Já existe a ideia, estão trabalhando?

Muito do que a gente conversou nessa entrevista estará atendido no que o consumidor aguarda. Vamos lançar uma camisa oficial para jogo que tem ligação com um título importante e uma camisa retrô na mesma linha. Vai ser uma oferta legal, que vai atender a demanda. Estamos aprendendo particularidades do torcedor mineiro. Cada clube tem sua torcida, com sua demanda, como eu te disse, e vamos aprendendo. Será lançada uma camisa oficial para jogo e uma versão retrô. São tecidos diferentes, modelos diferentes. O torcedor vai ter acesso aos dois. É bem interessante.  

Estamos no fim do processo de criação para colocar os modelos no mercado. Conversamos com o clube, o que seria bacana de fazer, disponibilizaram material para pesquisa para gente entender como era, para daí oferecer uma proposta. Foram muito bem aceitas.

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