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Cruzeiro cita 'reciprocidade' por vetos e defende torcida meio a meio nos clássicos

Bruno Vicintin explicou que clube foi prejudicado no Independência e mostrou abertura para, no futuro, abrigar as torcidas de modo equivalente no Mineirão

postado em 30/03/2017 11:03 / atualizado em 30/03/2017 14:04

Leandro Couri/EM/D.A Press

Mandante do clássico deste sábado, às 16h, no Mineirão, pela 10ª rodada do Campeonato Mineiro, o Cruzeiro tomou decisões relacionadas aos torcedores do Atlético que causaram polêmica. A diretoria celeste solicitou o veto da entrada de instrumentos de bateria, das bandeiras de organizadas do rival e do “Galo Doido”, mascote atleticano. A única abertura até o momento – por ordem da Federação Mineira de Futebol – foi para o acesso das crianças torcedoras do time alvinegro ao campo antes da partida.

Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, o vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Bruno Vicintin, justificou essas decisões ao “princípio da reciprocidade”. Segundo ele, a Raposa é prejudicada nas mesmas circunstâncias quando atua no Independência, cuja capacidade é para somente 23 mil espectadores, e por isso dará uma espécie de troco no aversário.

“Até na diplomacia existe o princípio da reciprocidade. Essas picuinhas não ganham jogo, mas o Cruzeiro tem direito a usar o princípio da reciprocidade, até em respeito à nossa torcida. A torcida do Cruzeiro sofre muito no Independência, um estádio que a própria Polícia Militar já disse que não tem condições de receber jogos grandes. Essas coisas no clássico de proibição de mascote, bandeira e instrumentos foram criadas pelo nosso rival. Então estamos fazendo reciprocidade”, explicou Vicintin.

A posição do Cruzeiro repercutiu no Atlético. Por meio do Twitter, o diretor jurídico do clube, Lásaro Cândido Cunha, alfinetou o rival sobre a iniciativa de tentar impedir a presença das crianças no Mineirão. “Do discurso à prática há uma longa distância: proibir crianças atleticanas entrar com os jogadores do Galo, um vexame!”. Vicintin não mencionou o nome de Lásaro na resposta, porém criticou pessoas que “querem aparecer” em cima de eventos importantes. Ele disse ainda que o resultado será definido entre as quatro linhas.

“Eu acho que em semana de clássico tem gente que quer aparecer e usa esses detalhes para ter seus 15 minutos de fama. Mas os grandes artistas são jogadores e comissão técnica, não somos nós (dirigentes). Eles é quem vão decidir”.

Clássico com torcidas meio a meio?


O desejo de Bruno Vicintin, aliás, é que todos os clássicos fossem disputados com torcidas divididas meio a meio no Mineirão - a exemplo do ocorrido no duelo válido pela rodada de abertura do Grupo C da Primeira Liga, em 1º de fevereiro (vitória celeste por 1 a 0).

"Sempre fui a favor de clássico com torcida dividida. Cresci assim. Vivi momentos como torcedor e agora no começo do ano como dirigente. Posso falar em nome do Cruzeiro – até conversei com o presidente Gilvan: caso nosso rival aceite, no futuro podemos ter jogos com torcida dividida meio a meio no Mineirão".

Entretanto, o vice de futebol cruzeirense entende que o Atlético deveria firmar um compromisso para a viabilização da ideia de compartilhar o Gigante da Pampulha e teria de abrir mão de mandar suas partidas no Independência. "O que não pode é jogar no Mineirão meio a meio e no Independência com apenas 10% de cruzeirenses”, pontuou Vicintin.

Conforme acordado para o jogo de sábado, os cruzeirenses têm direito a 51.300 lugares (90%), enquanto os atleticanos ficam com 5.700 (10%).

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