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GINÁSTICA DE TRAMPOLIM

Salto com destino certo

Depois de quase desistir do esporte por não conseguir fazer os movimentos do trampolim, atleta do Minas volta com destaque e vai disputar seletiva para Rio'2016

postado em 07/07/2015 10:40 / atualizado em 07/07/2015 18:14

Ivan Drummond /Estado de Minas

 Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Depois de ficar afastada do esporte, mais precisamente da ginástica de trampolim, por quase dois anos, ela não apenas voltou às competições, como garantiu os títulos mineiro e brasileiro, se garantiu em duas competições internacionais (a Copa do Mundo, em setembro, em Portugal, e o Mundial, em novembro, na Dinamarca). Daiene Cardoso Lima, de 22 anos, tem grande chance de conquistar vaga nos Jogos Olímpicos do Rio, ano que vem.

Um problema conhecido como pane, caracterizado pela dificuldade em realizar exercícios na cama elástica, por pouco não acabou com a carreira da atleta minas-tenista. “Treinava no Rio, no Colégio Alfa Cem, depois de ter passado pela Gama Filho, Sesi-RJ e Gaudio. Mas as exigências dos exercícios acabaram por me trazer um problema. Não conseguia realizar os movimentos. Parecia que esquecia como eram. Por isso, resolvi parar. Não queria mais ouvir falar na ginástica de trampolim.”

Nessa época, ela era treinada pelo professor Mário César Queiróz. E o tempo em que abandonou as competições e os treinos, segundo ela, lhe fez bem. “Pude pensar mais em mim, nas coisas que queria fazer. Fui namorar. Passei no vestibular, para administração, na Estácio de Sá. Hoje faço o curso virtual.”

Em maio do ano passado, o técnico do Minas, Silton Furiati Santos, que também é carioca e conhecia Daiene, decidiu convidá-la a voltar. “Chamei-a para conhecer o clube e a infra-estrutura. Gostou e veio em definitivo. Precisava ser feito um trabalho para saltos e para devolver a confiança. Foi o que fizemos.”

A atleta conta que quando recebeu o primeiro telefonema de Silton, não contou para ninguém, nem para a mãe, Ana. “Fiquei calada. Voltei a conversar com ele e só depois disso falei com a minha mãe. Disse que queria vir a Minas, a Belo Horizonte, para voltar a competir. Ela não falou nada. Mas me deu apoio, assim como meu namorado, Thiago, que também achou bom. Fiquei impressionada com tudo o que vi. Nunca tive uma estrutura como a que o Minas dá. No Rio, sempre, eles davam um cantinho, no fundo da escola, mesmo na Gama Filho, para colocar as camas elásticas. Além do mais, a gente tem um setor específico de musculação.”

Luta Voltar a competir, segundo Daiene, foi difícil, mas ela tinha determinação, era a meta de sua vida. “O Silton teve muita paciência comigo. Era como se tivesse 10 anos de novo, quando comecei. Tive de fazer os exercícios básicos, tudo novamente. Esforcei-me para conseguir os resultados e espero mais.”

O sonho maior da atleta é participar da Olimpíada do Rio. O Brasil tem direito a uma vaga direta no feminino e outra no masculino. Daiene concorre a essa vaga com outras três atletas. Camila Lopes treina nos EUA; Ingrid Simão, em Portugal. E Geovana Bastos também se prepara no Brasil. “O fato de duas atletas estarem no exterior, segundo Daiene, não significa vantagem. Posso dizer que estamos as quatro no mesmo nível.”

A fórmula para realizar o sonho, segundo ela, é não se cobrar. “Tenho de fazer o mesmo que fiz no Mineiro, em Contagem, e no Brasileiro, em Goiânia. Fui competir sem ter um resultado específico como meta. Pensei em fazer o meu melhor e a consequência foram os títulos. Assim, consegui tranquilidade. Afinal de contas, me sinto como se estivesse começando a competir agora.”

Para brilhar no Mundial


Como está classificada para o Mundial da Dinamarca, em novembro, Daiene Cardoso Lima pode garantir lá a vaga olímpica. Basta que seja a brasileira melhor classificada. Irão ela e Camila Gomes. Daiene já tem experiência de competições desse tipo, pois em 2010, representou o Brasil nos Jogos da Juventude, em Cingapura. “Não estive no pódio, mas cheguei à final. Terminei na oitava posição.” Além dessa chance, existe outra. A segunda será a escolha, no evento-teste marcado para janeiro, no Rio, do qual sairão mais oito ginastas, quatro no masculino e quatro no feminino

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