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Surfistas de MG disputam torneio apenas para mineiros na praia da Macumba

35 competidores, divididos em duas categorias, participam da competição

postado em 19/08/2017 09:55 / atualizado em 19/08/2017 10:13

Leandro Couri/EM/DA PRESS
Hoje Minas Gerais conhecerá seus campeões estaduais de surfe. Isso mesmo... Será hoje, na praia da Macumba, no Rio de Janeiro, o 2º Desafio MG Storm de Surf, que contará com 35 participantes divididos em duas categorias: “Mineiro da praia” e “Residente em MG”.

Organizador do evento, Ângelo Hereda conta que tudo aconteceu por acaso, quando foi procurado por um grupo de surfistas mineiros ano passado. O que poderia causar espanto em muita gente, já que Minas não é um estado litorâneo, para ele foi uma coisa natural. “O cara nasceu em Minas Gerais, mas pode morar à beira- mar. Por isso, a competição é em duas categorias, com premiação para os quatro melhores de cada uma. Não há dinheiro, mas pranchas e equipamentos de surfe.”

A competição, segundo ele, o surpreendeu. “No ano passado, quando chegou o dia da disputa, percebi que era uma festa em família. Além dos participantes, muitos parentes também estavam aqui para acompanhar o torneio.”

E entre os competidores, uma disputa entre pai e filho: o empresário Guilherme Lúcio Campos, de 42 anos, e o filho Pedro, de 19. “Quem ganha a disputa entre vocês?”, é a pergunta que o pai mais ouve. E não titubeia em responder: “O Pedro, é claro. Ele não me dá a menor chance”, brinca.

Para Guilherme, surfar é a continuidade de uma tradição de família. “Somos todos da água. Meu avô, Hermínio Lúcio, era remador do Flamengo. Meu pai, José Campos, era pescador. Eu acabei virando surfista, esporte que pratico desde os 8 anos.”

A história do surfe começou nas férias. “Meu avô morava na Bahia e eu ia pra lá, com meu irmão, Eduardo, e ficávamos uns dois meses. No começo, era uma prancha de isopor, que a gente pintava. Vivia com a barriga esfolada e cheia de bolhas por causa do isopor. A gente quebrava muita prancha também. Mas, certa vez, meu pai disse pra mim e meu irmão: ‘quem passar de ano ganha uma prancha de fibra de vidro’. Era o que queríamos, a realização de um sonho. Passamos, os dois, e ganhamos a prancha, que levamos para a Bahia.”

O filho Pedro, segundo ele, herdou a vontade de surfar. “Meu sogro mora numa praia, no norte de São Paulo, Itamambuca. O Pedro vai sempre lá passar férias e praticamente tomou as minhas pranchas. Pratica sempre e acabou ficando muito melhor que eu. Agora, disputo com ele, mas ele sempre ganha.”

Para realizar o evento, Hereda conta que acompanhar a previsão do tempo é fundamental. “Venho acompanhando, há muito tempo, as variações do clima. Agora que deu uma esquentadinha e as condições do tempo são favoráveis, marcamos a data. Foi meio em cima da hora, mas acho que será tão boa, ou até melhor, que a do ano passado.” Toda a competição – eliminatórias, quartas de final, semifinal e final –, nas duas categorias, será disputada hoje.