Futebol Nacional

SÉRIE A

O problema são os 10%

Apesar da reclamação generalizada no Brasileiro, Comissão de Arbitragem defende a classe e diz que percentual de acerto é de 90%. Mesmo assim, afasta um árbitro e cinco assistentes

postado em 04/09/2015 11:00 / atualizado em 04/09/2015 08:28

Bruno Cantini/Atlético

A 22ª rodada do Campeonato Brasileiro foi pródiga em reclamações de arbitragem: gols mal anulados, pênaltis inexistentes e não marcados, cartões mostrados indevida ou exageradamente, impedimentos... Em pelo menos quatro dos sete jogos de quarta-feira, houve chiadeira quanto a marcações do trio de arbitragem, e em dois deles as reclamações partiram de ambos os lados.

Diante de tanta pressão, a CBF tomou uma atitude. A Comissão de Arbitragem, a Ouvidoria e a Corregedoria decidiram punir alguns árbitros por “desempenho abaixo do padrão estabelecido”. Estão afastados das próximas escalas para treinamento teórico e prático na Escola Nacional de Arbitragem os assistentes da partida do Atlético, Elan Vieira e Marlon Rafael; o árbitro Emerson Sobral e o assistente Bruno César, que trabalharam no jogo do Cruzeiro; o assistente Fábio Pereira, de Corinthians x Fluminense; e o assistente Marcelo Barison, de Goiás x Palmeiras.

APROVAÇÃO A Comissão de Arbitragem, no entanto, defende sua atuação. Em comunicado em que não cita nenhum erro da rodada, afirma que “o percentual de acerto dos árbitros chega a 90%”. “A Comissão de Arbitragem da CBF trabalha com uma série de medidas para melhorar o nível de atuação dos árbitros”, diz o texto. A entidade assegura estar promovendo cursos e seminários para os juízes e ressalta que os erros acabam repercutindo mais porque “mexem com a emoção”.

A entidade também defendeu a categoria refutando, nas entrelinhas, eventual favorecimento a determinados times: “Os árbitros não erram de propósito. Eles dependem das boas atuações para serem mantidos na escala e trabalhar nas próximas rodadas. A Comissão de Arbitragem confia na honestidade de todos e não duvida da lisura de suas atuações”.


Do que os outros se queixam


ATLÉTICO-PR - PÊNALTI NÃO MARCADO: Com vantagem no placar, Nikão é derrubado por Leandro Donizete na área. O árbitro Marcelo de Lima Henrique não marca o pênalti.
NÃO EXPULSÃO DE JEMERSON: Aos 26min do segundo tempo, o zagueiro atleticano derruba, por trás, Marcos Guilherme, que partia em direção ao gol. O árbitro mostra o cartão amarelo.

FLUMINENSE - GOL MAL ANULADO: Quando o Corinthians vencia por 1 a 0, Gustavo Scarpa bate escanteio na esquerda. Edson cabeceia para o meio da área. Cícero aparece de trás, domina e chuta para o gol, enquanto Wellington Paulista, em impedimento, não participa da jogada. O assistente Fábio Pereira aponta irregularidade no lance.

GOIÁS - PÊNALTI NÃO MARCADO: No início do segundo tempo, o atacante Erik dá um corte em João Paulo, que, no chão, toca a bola com o braço direito. O árbitro Leandro Vuaden não marca pênalti.

PALMEIRAS - GOL MAL ANULADO: Com o placar em branco, Robinho cobra falta para a área. Amaral desvia de cabeça, e Lucas Barrios, na mesma linha do adversário, manda para o gol. O assistente Marcelo Barison marca impedimento.
PÊNALTI NÃO MARCADO: No fim do primeiro tempo, após boa troca de passes na área do Goiás, Barrios chuta e a bola desvia na mão do lateral Gimenez. O árbitro Leandro Pedro Vuaden não marca nada.

PONTE PRETA - PÊNALTI NÃO MARCADO: Com o jogo empatado, Diego Oliveira cruza para a área. O atacante Borges toma a frente do zagueiro Manoel e é puxado por trás. Os dois vão para o chão, e o árbitro manda o jogo seguir.
GOL MAL ANULADO: Três minutos depois, após cobrança de falta e disputa pelo alto, Borges domina a bola livre no meio da área e marca. O assistente Bruno César Vieira aponta impedimento, mas a perna esquerda de Manoel dava condições de jogo ao adversário.

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