OUTUBRO ROSA

Torcida única contra o câncer: atleticanas e cruzeirenses se unem no combate a doença

Torcedoras vão levar ao Mineirão a campanha de alerta e prevenção

postado em 22/10/2017 12:45 / atualizado em 22/10/2017 12:53

Edésio Ferreira/EM/ DA PRESS
A paixão pelo futebol se une ao Outubro Rosa na luta contra o câncer de mama. Mulheres portadoras da doença, algumas delas já curadas e outras em tratamento, levam a campanha do Hospital Mário Penna – referência no país no tratamento da enfermidade – para o Mineirão, hoje, no dia do clássico maior do futebol mineiro: Cruzeiro e Atlético se enfrentam às 17h, no Gigante da Pampulha, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro.

“Será uma experiência maravilhosa, pois além de torcer pelo meu time vou gritar muito. Vamos fazer para todos os torcedores e torcedoras um alerta sobre a importância do exame de mama, que pode prevenir o câncer. O cabelo cai, mas a gente aprende que a vida é mais importante e que temos de ter alegria também. E estou curada”, diz a cuidadora de idosos Márcia Pimenta da Costa, de 44 anos. Torcedora do Cruzeiro, ela ainda carrega uma emoção extra: é a primeira vez que vai ao Mineirão.

Assim como Márcia, todas as participantes da campanha são torcedoras de um dos rivais. Fazem questão de sempre levar consigo a camisa do clube do coração, como, por exemplo, as cruzeirenses Solange Aparecida de Castro, de 51, costureira; e Joanna D’Arc de Araújo, de 55, diarista; além das atleticanas Glória Jesus, de 53, artesã; Ilze Rodrigues, de 48, vendedora; e Sebastiana Moreira Santos, de 48, dona de casa.

Márcia ainda lembra uma colega que não pôde participar de todas as ações do Outubro Rosa. “Minha amiga Alessandra está quase enfartando. Ele está louca para chegar domingo (hoje). Liga dizendo que não consegue nem dormir, pois está ansiosa para o jogo começar e não para de pensar nisso”.

Já Solange exibe uma camisa da Raposa com as inscrições de campeão da Copa do Brasil. “Ninguém tem dessa. Só eu”. Perto dela está Albertina, sua mãe, de 73, também de camisa celeste, com escudo, que a denuncia: “Essa camisa é minha. Ela pegou lá em casa”. Só resta a Solange, uma das mais empolgadas, confirmar: “Peguei mesmo. Tinha de ter uma camisa do meu time. Não sei onde compro, mas me lembrei de que minha mãe tem uma coleção. Virei cruzeirense por causa dela”.

CONSCIENTIZAÇÃO


Glória também não vê a hora de chegar ao Mineirão. “Estou contando os minutos. Quero estar lá torcendo, empurrando o Atlético para a vitória. Além do mais, será uma experiência muito gratificante para todas nós. Vamos torcer para nossos times e ao mesmo tempo faremos uma campanha, um alerta sobre o câncer de mama. Vamos lá para conscientizar as pessoas”.

Sem uniforme, mas empolgada com o jogo da mesma forma, estava a técnica em radiologia Geralda Oliveira, de 49, que contou que se não fosse o Hospital Mário Pena, o trabalho da psicóloga Adriana Pedrosa e o grupo que irá ao Mineirão hoje, teria sido muito difícil encarar a descoberta do câncer.

“Há seis meses apareceu a doença. Mas com o apoio que recebi vi que é uma doença que a gente pode superar. Estou conseguindo. Ainda faço tratamento, mas sei que estarei curada em breve. Será minha primeira vez no estádio. Quero passar uma mensagem de otimismo e de como é importante fazer o autoexame da mama, pois foi assim que descobri”, conta ela, que não revelou seu time, mas nas reuniões e ações, sempre que pode, está com uma bola de futebol nas mãos.

Cerca de 60 pessoas, a maioria pacientes, estarão hoje no Mineirão ocupando quatro camarotes. A ação do Outubro Rosa no clássico é uma parceria do Hospital Mário Pena com o Mineirão, que doará parte da receita do arrendamento dos camarotes para a campanha.

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