Velocidade

Reforços também para os boxes

postado em 27/11/2013 08:51

Reuters

Não é apenas a dança de cadeiras entre os pilotos a movimentar os bastidores com o encerramento de mais um Mundial de F-1. Ao longo do ano, as principais escuderias procuraram recrutar, na concorrência, especialistas capazes de colaborar no projeto e desenvolvimento das novas máquinas, de preferência trazendo na bagagem segredos bem-sucedidos.

Como os contratos normalmente determinam uma quarentena de pelo menos seis meses (o Gardening Leave, como é conhecido em inglês), somente agora eles terão participação efetiva no trabalho. E há um executivo de peso que, segundo os últimos rumores, está próximo de deixar seu cargo para retornar ao timão da Ferrari – sob seu comando e o do atual presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt, a escuderia conquistou cinco títulos com Michael Schumacher.

Ao que tudo indica, Ross Brawn está de malas prontas da Mercedes, depois de ser decisivo em dois momentos da escuderia. Inicialmente ao se tornar proprietário (simbolicamente, por US$ 1) da Honda, quando a gigante japonesa resolveu deixar o circo, em 2008. O que se viu foi uma história única na categoria: com motores Mercedes e inovações como o difusor duplo, depois banido, a Brawn levou Jenson Button ao título.

No ano seguinte, o engenheiro vendeu o controle do time à Mercedes, um negócio estimado em US$ 80 milhões. Mas permaneceu à frente da escuderia como diretor-técnico, tentando reeditar a parceria com Schumacher. Os executivos da fábrica alemã optaram por trazer Paddy Lowe da McLaren e, como a função de ambos era redundante, ficou claro que seria Brawn a sair. Confirmando-se a volta à Ferrari, onde trabalhou entre 1996 e 2006, ele retomaria a parceria de sucesso com o projetista Rory Byrne, sul-africano que, embora não tenha cargo formal em Maranello, ganhou status de projetista-chefe do carro de 2014.

Brawn também teria recebido proposta da Williams – o austríaco Toto Wolff, sócio do novo time de Felipe Massa e diretor da Mercedes, cederia suas ações ao inglês. Neste caso, também trabalharia ao lado de um parceiro, Pat Symonds, com quem atuou na Benetton, a exemplo de Byrne.

FUGA A fuga de cérebros envolveu, acima de tudo, profissionais britânicos. Considerado o principal responsável pelo sucesso da Lotus E21, James Allison já acompanhou os últimos GPs do ano com uniforme da Ferrari, à qual retorna. A McLaren investiu pesado para superar a temporada decepcionante e foi buscar da Sauber Matt Morris, que trabalha com Tim Goss no projeto do MP4/22, ao passo que o especialista em aerodinâmica Peter Prodomou foi convencido a deixar a campeã Red Bull e a retornar ao time de Woking, com a missão de conceber o carro de 2015, que será equipado com os motores Honda.