Velocidade

SUPERENDURO

BH nas trilhas da emoção

Se há uma palavra capaz de definir o que são as provas do Superenduro, é intensidade

postado em 27/02/2015 09:05 / atualizado em 27/02/2015 19:37

Ezra Shaw/AFP
Foi assim com o motocross, que invadiu os estádios norte-americanos na década de 1970 – o supercross se tornou modalidade à parte, com etapas lotadas e envolvimento direto das fábricas. Também com o trial, que trocou pedras e montanhas íngremes pelas paredes artificiais, caçambas e pilhas de pneus nos ginásios de todo o mundo. Não poderia ser diferente com o enduro, mais tradicional disputa do motociclismo fora de estrada. O desafio era reproduzir, em pequenos espaços, as dificuldades encontradas em percursos que muitas vezes chegam a 60 quilômetros (uma volta, com provas especiais cronometradas e trechos de deslocamento). Foi quando entrou em ação o francês Eric Peronnard, acostumado a desenhar traçados indoor.

Em 2004, ele conseguiu levar o ambiente e as disputas do enduro para os ginásios, com a primeira edição do Endurocross, em Las Vegas (EUA). Surgia ali um esporte dinâmico, espetacular e acessível ao público, que não precisa se sujar de terra ou andar longas extensões para acompanhar a passagem das motos. E tem a chance de conferir a técnica apurada das feras, vindas das mais diversas trajetórias no motociclismo. Além dos pilotos do enduro tradicional, nomes com experiência no motocross e no trial começaram a brigar por vitórias e títulos. Logo, a modalidade integraria a programação dos X Games, a Olimpíada do esporte radical, e em 2008 ganharia seu próprio Mundial, integrando o calendário oficial da Federação Internacional de Motociclismo (FIM).

No ano passado, a competição desembarcou pela primeira vez em Belo Horizonte e brindou o numeroso público com um espetáculo único, dominado pelo grande nome da modalidade, o polonês Tadeusz Taddy Blazusiak, egresso do trial para se tornar pentacampeão, a bordo de sua KTM. Neste sábado, no Mineirinho, ele terá a chance de se sagrar hexa, desde que aumente em 14 pontos a vantagem sobre o principal perseguidor, o britânico David Knight. Qualquer que seja o resultado, no entanto, a certeza é de espetáculo único, que o idealizador do esporte faz questão de comparar com a vida.

“Tudo é uma questão de escolhas, é consequência delas. Às vezes, fazemos escolhas boas, em outras, ruins. Assim é o Superenduro. Cada obstáculo tem seu modo de ser superado, seu segredo, e seguir o caminho mais curto no traçado é o objetivo, como em qualquer modalidade de esporte motor. O problema é que a trajetória ideal nem sempre é a mais simples de ser transposta, e aí é que entram a técnica, a experiência. Não por acaso, botamos as pedras mais pontudas, maiores, exatamente por onde é mais rápido passar. E os melhores conseguem”, diz Peronnard, acostumado a transformar matéria-prima como pedras de leito de rio, terra, troncos, pedaços de madeira, pneus, areia e água em obstáculos nos traçados que cria pelo mundo.

INTENSIDADE Se há uma palavra capaz de definir o que são as provas do Superenduro, é intensidade. Afinal, tudo é rápido e o ritmo, alucinante. Tanto quanto o domínio da moto, a modalidade exige preparo físico, já que braços e pernas são extremamente exigidos na travessia dos obstáculos – não raros são os momentos em que pilotos se desequilibram e são obrigados a levantar a moto para tentar novamente superar uma dificuldade. Cada corrida tem duração de seis minutos mais uma volta, o suficiente para levar mesmo os mais bem preparados à beira da exaustão ao fim de um dia de competições. Com as várias baterias de treinos, a superpole e as provas, no entanto, a movimentação é constante.

Inscritos:

Prestige


Piloto País Moto
Taddy Blazusiak (POL) KTM 300 EXC
Cody Webb (EUA) KTM 300 XC
Kyle Redmond (EUA) Beta 300cc
Paul Bolton (GBR) KTM 300 EXC
Giacomo Redondi (ITA) Beta 350 RR
Jonny Walker (GBR) KTM 250 EXC-F
Daniel McCanney (GBR) Husqvarna 250
Daniel Gibert Gatell (ESP) Gas Gas EC 300R
Mario Román (ESP) KTM 300 EXC
Alfredo Gómez (ESP) Husqvarna 350 FE
David Knight (GBR) KTM 350 EXC-F
Ian Blythe (EUA) KTM 250 EXC-F
Julio Cesar Eliziario (BRA) Honda CRF 250
Rômulo Bottrel (BRA) Honda CRF 250

Júnior


Piloto País Moto
Andreas Linusson (SUE) KTM 350 EXC
Gethin Humphreys (GBR) Husqvarna 250 TE
Joffrey Marin (FRA) Kawasaki 250 KXFE
Ty Tremayne (EUA) KTM 300 EXC
Ronald Santi (BRA) Honda CRF 250R
Victor Hugo de Oliveira (BRA) KTM 250 EXC-F
Vinícius Lopes da Silva (BRA) Honda CRF 250R
Vítor Garcia (BRA) TM 250 Fi
Loandro Anton (BRA) Kawasaki 250 KXFE
Igor Azevedo de Souza (BRA) Sherco 250


ARTE DE PAULINHO MIRANDA/EM


Tags: arte mineirinho superenduro