Depois de desistir de cumprir mandato em eleição realizada apenas dois dias depois das prisões em Zurique, no final de maio, e convocar novo pleito para 2016, Joseph Blatter passou a se preservar mais diante das câmeras e a não comparecer em eventos oficiais da Fifa. À mídia suíça, no entanto, tem dado atenção.
“Como bom cristão, tenho que dizer que o que a Comissão de Ética está fazendo comigo é como uma inquisição”, disse à agência ATS, referindo-se às investigações às quais tem sido submetido desde o início de outubro, quando a sede da Fifa passou por um pente fino justo no dia de uma reunião do Comitê Executivo, que precisou, inclusive, ser cancelada às pressas.
Além de ter recebido punição pela transação bancária mal explicada, definida pelo próprio presidente demissionário da Fifa como um “acordo de cavalheiros” com Michel Platini, Joseph Blatter é acusado de gestão desleal por ter barateado a venda de direitos de transmissão da Copa do Mundo à determinadas empresas. No entanto, ainda insiste em se isentar da culpa.
“Não sou eu que tenho que provar minha inocência. Não sou um homem mau”, declarou Blatter, que enquanto esteve afastado do cargo de presidente enfrentou problemas de saúde que o levaram ao hospital. A punição do Comitê de Ética expira no início de janeiro, dias antes da cerimônia da Bola de Ouro, evento que pode ser um dos últimos com o suíço como mandatário da Fifa.