BOMBA DO JAECI

Renovação e montagem do time

"Fui contra tudo e contra todos, pois sabia que o jogo no Independência nos garantiria uma boa vantagem. Dessa vez, não ouvi nem meus filhos, a quem sempre ouço" - Alexandre Kalil

postado em 28/11/2014 12:00 / atualizado em 28/11/2014 08:46

Jaeci Carvalho /Estado de Minas

Alexandre Guzanshe / EM DA PRESS
O técnico Levir Culpi, depois de ganhar o título, voltou a alfinetar o futebol e os clubes brasileiros pela falta de planejamento. Disse que se não ganhasse o título da Copa do Brasil, provavelmente o Atlético não teria interesse em renovar com ele, pois aqui a coisa funciona de forma imediatista. Para Levir, a renovação de seu contrato deveria ter sido feita bem antes, e o planejamento para a próxima temporada também. Depois de trabalhar sete anos no Japão, ele aprendeu o que é disciplina e projeto a médio e longo prazo. Tanto assim, que mesmo não ganhando títulos no time que dirigiu, saiu de lá homenageado, pois lá o que se valoriza são os trabalhos (e o seu foi belíssimo) e os títulos são apenas consequência. Ele tinha a ideia de parar, no fim do ano, mas como vai disputar a Copa Libertadores, ganha uma motivação a mais.

Promessa cumprida
O maior presidente da história do Atlético, Alexandre Kalil, que em seis anos ganhou quatro títulos, sendo dois internacionais, um mineiro e um nacional, a Copa do Brasil, fez uma promessa após a conquista da Recopa. Enquanto estivesse comandando o clube, não iria mais ao Mineirão assistir aos jogos do seu time. Dito e feito. Viu as vitórias sobre Corinthians e Flamengo de sua cama, e na mesma televisão em seu quarto. E quarta-feira não foi diferente. Como ele mesmo disse, “apresentou-se” no CT às 11h, com os jogadores, e falou com o auxiliar Luiz Matter, o seguinte: “Matter, o Atlético é muito melhor que o Cruzeiro. Quando um time ganha uma vez pode ser sorte. Duas, já começa a mostrar sua força. Três ou quatro é melhor com certeza”. Saiu e foi para sua casa. Matter, então falou com os jogadores que eles eram melhores sim, mas que precisavam acreditar nisso e mostrar isso em campo. Não deu outra. O Atlético massacrou o Cruzeiro e 1 a 0 ficou barato.

Contra todos, mais uma vez
E Kalil foi contra tudo e contra todos, ao marcar o primeiro jogo da decisão, para o Independência. Até mesmo seus filhos, o médico, Felipe, e os advogados João Luís e Lucas eram contra e queriam que o Galo jogasse no Mineirão. Mas Kalil não estava preocupado com o dinheiro que poderia ganhar no Gigante da Pampulha, e sim em conseguir a vantagem que lhe daria o inédito título. E não deu outra. Dessa vez ele não ouviu nem os filhos, a quem sempre ouve, e bancou a primeira partida lá. O resultado veio no fim do jogo com a vitória por 2 a 0. Seu filho mais velho, Felipe, bateu em suas costas e disse: “Pai, como sempre você tinha razão. Essa vitória aqui praticamente nos garante o título. Obrigado por não ter nos ouvido”. Kalil, então abraçou e beijou o filho, e disse a ele que tudo o que faz é sempre pensando no torcedor, e, principalmente, nos meninos, que são atleticanos fanáticos. E relembrou que contratou Ronaldinho Gaúcho contra a vontade de 99% dos torcedores, o mesmo R10 que saiu daqui como o maior ídolo da história do clube.

Secos em Donizete
Os jogadores do Cruzeiro estavam secos para pegar o volante atleticano Leandro Donizete, que num programa de rádio teria dito que “não pode encostar nas meninas que elas reclamam”, referindo-se, de forma pejorativa e desrespeitosa, ao fato de os jogadores do Cruzeiro terem reclamado de suas entradas violentas no segundo clássico, pelo Brasileirão. Na quarta-feira, uns cinco jogadores chegaram fortes, para machucar Donizete, e ele só não apanhou em campo, porque o árbitro, Luiz Flávio de Oliveira e a Polícia, contiveram os cruzeirenses. Os jogadores entendem que esse tipo de “brincadeira” cabe somente aos torcedores e que a forma como Donizete se referiu é desrespeitosa e inaceitável.

Nada de leilão
O técnico Marcelo Oliveira só não ficará no Cruzeiro se pedir algo absurdo para a renovação de contrato. Ele teve um aumento substancial após ganhar o Brasileirão de 2013, e figura entre os técnicos mais bem pagos do país, com salários na casa dos R$ 430 mil mensais. A diretoria está satisfeita com o desempenho dele, pois conquistou dois títulos brasileiros, de forma consecutiva. Mas o clube do Barro Preto não vai entrar em leilão com outros clubes do país. Se alguém fizer uma proposta melhor e mais interessante, não vai brigar para manter Oliveira, embora queira que ele fique. Uma pessoa ligada ao presidente, num momento de chateação por mais um derrota para o Galo, desabafou que ele não sabe jogar e ganhar do Atlético, e que nessas horas dá saudade de Adílson Batista, que em 16 jogos contra o rival, ganhou 13, empatou dois e perdeu apenas um.

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