COLUNA DO JAECI

Eles têm de melhorar muito

Sonho em ver uma final mineira também na principal competição sul-americana, mas acho difícil este ano. Tomara que Galo e Raposa cresçam de produção, se acertem e passem de fase

postado em 26/04/2015 12:00

Leandro Couri/EM
Torcedores me perguntam nas ruas sobre as chances de Atlético e Cruzeiro nas oitavas de final da Libertadores. Franco, respondo que, se repetirem a mediocridade da fase de grupos, serão eliminados por Internacional e São Paulo, respectivamente. Não que paulistas e gaúchos sejam a oitava maravilha do mundo, longe disso. O problema é mesmo a dupla mineira, que foi irregular e se classificou na bacia das almas. O Galo ainda pegou grupo equilibrado, em que o mais regular foi o Santa Fe, derrotado duas vezes pelo alvinegro. Já a Raposa ficou na chave mais fraca e teve dificuldades. Se ambos melhorarem muito nas próximas duas semanas, aí sim acreditarei na classificação.

Vejo o Galo mais encorpado e bem armado. Com Guilherme em forma e jogando o fino, o crescimento de Dátolo e a entrada de Thiago Ribeiro ao lado de Pratto, centroavante moderno e artilheiro, acho que a coisa pode melhorar. Mesmo atuando hoje e no próximo domingo, pela decisão do Mineiro, o Atlético terá tempo suficiente de preparação para enfrentar o Inter e ajustar pontos falhos. Mas não se iludam: o colorado é bem armado e treinado, com vários jogadores importantes, principalmente o argentino D’Alessandro, que deverá sofrer marcação especial de Leandro Donizete. O alvinegro terá de fazer o dever de casa na primeira partida, no Independência, de preferência por placar folgado, porque no Sul será uma pedreira.

Sei que os torcedores são otimistas e gostariam que eu escrevesse que Galo e Raposa já estão nas quartas. Não é assim que vejo o futebol. Eles usam a paixão; eu, a razão. Analiso a forma como os dois estão jogando, aquém do desejado. É possível melhorar em duas semanas? Sim, com treinamentos fortes e desde que os treinadores não inventem. Carlos, que não tem jogado nada, tem de ser reserva. Patric não pode vestir a camisa alvinegra. Já no Cruzeiro, é preciso dar moral a Gabriel Xavier, escalando-o ao lado de De Arrascaeta. Ele tem qualidades e pode ser o 10 que o clube procura. A torcida não entende o motivo de Willian ser intocável, mesmo jogando pedrinha. E, o pior, o time carece de padrão de jogo e de esquema. Acho a situação celeste mais delicada do que a atleticana.

Tem gente que usa a camisa de um e de outro ao comentar ou escrever. Por isso, o torcedor se enche de ilusão. Não estou aqui para enganar ninguém. A performance das equipes daqui na primeira fase foi irregular. Nada impede que mudem da água para o vinho. Mas os dois pegarão pedreiras, adversários tradicionais e igualmente campeões da Libertadores. Sonho em ver uma final mineira também na principal competição sul-americana, mas acho difícil este ano. Tomara que Galo e Raposa cresçam de produção, se acertem e passem de fase. Para Minas, será o máximo, porque há dois anos é a dona do Brasil – e em 2013, com o alvinegro, dona da América.


Caldense
Com todo o respeito ao trabalho de Leonardo Condé e do seu time, penso que o Galo vence hoje e inverte a vantagem da Caldense pela melhor campanha do Estadual. Na decisão, vai pesar a força da camisa. Já disse que torço pela Veterana ou qualquer time do interior que chegue à final. Para o Atlético, será apenas mais um título mineiro. Para a equipe de Poços de Caldas, a conquista da sua vida.


Deu no New York Times

Levantamento no site do jornal norte-americano mostra que a maioria dos clubes do futebol brasileiro está afogada em dívidas menos de um ano depois dos 7 a 1 da Alemanha na Copa do Mundo. Salva-se apenas o Flamengo, cujo balanço será publicado na semana que vem, demonstrando que o clube arrecadou o suficiente para pagar dívidas e impostos, reduzindo sua dívida significativamente. O rubro-negro não tem time para ganhar nada, mas tem um presidente, Eduardo Bandeira de Melo, preocupado em sanear finanças e garantir a autossuficiência em pouco tempo. Ex-presidente do BNDES, ele sabe gerir uma empresa. Ou as agremiações caem na real e baixam bastante as despesas ou não terão mais a quem recorrer. A reportagem lembra que o Corinthians pagou 15 milhões de euros por Alexandre Pato e, um ano depois, o emprestou de graça ao São Paulo, com prejuízo gigantesco. Condutas irresponsáveis assim é que estão levando os clubes brasileiros à bancarrota.

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