COLUNA DO JAECI

Um horário mais do que aprovado

postado em 05/10/2015 12:00 / atualizado em 05/10/2015 08:15

Leandro Couri/EM/D.A Press
O horário das 11h é mesmo sucesso de público nos estádios do Brasil. É uma pena que o horário de verão, que deve começar nos próximos dias, tenha feito a CBF acabar com os jogos pela manhã. Tivemos os dois últimos, ontem, com Flamengo 2 a 0 no Joinvile, e Avaí e Vasco 1 a 1. No Maracanã, quase 60 mil torcedores assistiram a vitória rubro-negra, e vale lembrar que muitas crianças, vovôs e vovós vão a campo nesse horário. Num país tão violento como o nosso, foi uma excelente decisão da entidade maior do nosso futebol. Lembro-me de um jogo do Atlético contra o mesmo Joinvile, com 60 mil pagantes. A média de público neste horário deve estar na casa dos 50 mil, excepcional para os dias de hoje. Estou assistindo a Série “Pablo Escobar, El Patron Del Mal”, no Netflix. A Colômbia nos anos 80 e 90 retrata o que é o Brasil hoje. Violência e assassinatos aos montes. Pablo Escobar foi o responsável por mais de cinco mil mortes. Aqui no Brasil estamos vendo caixas eletrônicos sendo explodidos, 50 mil pessoas mortas por ano por arma de fogo ou arma branca, motoqueiros, normalmente em garupas, matando gente e assaltando. É o fiel retrato daquela Colômbia terrível, que era comandada pelo maior traficante da história.

Por isso defendo os jogos pelas manhã. É inadmissível o cidadão de bem levar seu filho a um jogo que começa às 22h. No Atlético e Joinville (foto) levei meus filhos. Chegamos em casa quase a 1h do dia seguinte, mesmo assim porque saímos 15 minutos antes de a partida acabar. No trajeto até em casa, não vimos um carro de polícia sequer. E pagamos altos impostos, mas nada é revertido para a população. Não temos craques, os técnicos, na maioria, são enganadores, e o ingresso está pela hora da morte. Um joguinho às 11h da manha, além de terminar cedo e praticamente não haver violência, ainda permite ao torcedor almoçar com a família, ou mesmo levá-la ao Mineirão, e depois fazer algum programa ali pela Pampulha. A noite “todos os gatos são pardos” e a ação de criminosos é mais tranquila. De dia, tudo está mais aberto, e os bandidos têm medo de serem pegos. A única violência que já vimos nesse horário é quando bandidos, travestidos de torcedores, marcam confrontos e se digladiam. Mas esses não são torcedores e sim facções. É uma pena que esse terrível horário de verão, imposto goela abaixo da população, acabe com os jogos pela manhã. Se eu fosse o presidente da CBF, colocaria mais cedo, às 9h. O jogador está acostumado a treinar nesse horário e não sentiria tanto. Fica a sugestão, mas não acredito que a CBF vá acatar. É uma pena, pois a violência nos estádios, pela manhã, fica bem perto de zero.


FALCATRUAS

Denunciei ontem, na minha coluna, que um estilista brasileiro foi coagido por Jérôme Valcke, ex-secretário geral da Fifa, a aceitar pagar propina para confeccionar os uniformes dos voluntários durante a Copa no Brasil. Ético e correto, o estilista não aceitou. Ele não quer falar sobre o assunto, pois tem medo de represália. Vale lembrar, porém, que Valcke já foi expulso da Fifa e não tem mais poder nenhum. Aliás, foi mandado embora justamente porque ficou comprovado que levou propina em outro esquema. E pensar que Blatter iria indicá-lo para seu lugar. A verdade é uma só: a Fifa está corrompida, com seus dirigentes todos sob suspeita. É preciso mudança urgente. Eu apoio Zico, íntegro, correto, e que conhece futebol como poucos. Com ele no comando, tenho certeza de que o futebol será mais transparente e limpo, pois sua carreira foi pautada nessa máxima.


NÍVER

Meu amigo fraterno Francisco Tomás completa hoje 74 anos de uma vida cheia de saúde, amigos, filhos e netos. E hoje, chega mais uma neta, Sofia, filha da Paula Tomás. A felicidade do uruguaio mais mineiro que conheço está completa. Parabéns, amigo. Que Deus e o Menino Jesus de Praga te iluminem sempre.

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