COLUNA DO JAECI

Resultado justo. Classificação fica para o Horto

O empate foi justo pelo que os dois times fizeram, mas acho que no Horto o Galo ganha com sobras e se classifica à próxima fase

postado em 28/04/2016 12:00 / atualizado em 28/04/2016 08:33

BRUNO CANTINI / ATLÉTICO
Um 0 a 0 na Argentina nunca é um mau resultado. Porém, diante da ruindade do Racing, considero que o Atlético perdeu uma grande chance de voltar para BH com a classificação quase garantida. Mas o Racing é um time argentino e, sendo assim, mesmo estando mal no campeonato local, é sempre uma parada indigesta. Gostei do Galo do segundo tempo, quando Robinho se soltou mais, justamente pela iniciativa dos donos da casa de sair para o ataque. Eles até acertaram uma bola na trave, com Lisandro López, e perderam um gol certo numa cabeçada do zagueiro Vittor, mas o Galo criou mais chances, como numa em que Robinho tocou por cobertura e a bola foi para fora. E noutra em que Júnior Urso, lançado por Robinho, chutou em cima do goleiro Saja. O empate foi justo pelo que os dois times fizeram, mas acho que no Horto o Galo ganha com sobras e se classifica à próxima fase. Porém, não pode bobear. Os argentinos são tinhosos e, se fizerem um gol, poderão complicar. Em condições normais, o Atlético vence, e bem.

O primeiro tempo foi muito igual, mas as principais chances foram do Atlético. As duas melhores, um chute do artilheiro que não faz gols, Lucas Pratto, e a outra uma boa cabeçada de Júnior Urso, que passou raspando a trave. É bem verdade que o time atleticano não produz o que dele se espera, já que no papel é uma bela equipe, mas em campo não consegue se desenvolver. Vejo muita gente encher de elogios Rafael Carioca, mas ele perde muitas bolas no meio, proporciona contra-ataques e só sabe jogar com a bola nos pés, pois é muito técnico. Mas não marca ninguém. Donizete, sim, é o cara. Corre de um lado para o outro cobrindo os laterais e desempenha muito bem sua função. Júnior Urso tem agradado. Robinho é quem está devendo, e muito. Tem mais futebol do que o apresentado até aqui, embora na etapa final tenha se soltado mais. Acho Dátolo muito bom para o time e, no esquema de jogo de Aguirre, eu tiraria Rafael Carioca e deixaria Cazares ao lado de Robinho, Pratto e do próprio Dátolo. Acho que o time ganharia em poder ofensivo, e o argentino poderia ajudar mais no meio-campo. O Racing cumpriu bem seu papel, segurando-se na defesa e explorando os contra-ataques, principalmente com Lisandro López.

Ainda não foi dessa vez que o Atlético fez aquela partida com a qual o torcedor sonha, mas houve uma melhora significativa no segundo tempo. Em casa, quarta-feira, seria bom Aguirre tirar um dos volantes – de preferência, Rafael Carioca –, e pôr o time com Donizete, Júnior Urso, Dátolo e Cazares, Robinho e Pratto. Eu iria além. Se Hyuri tiver condições, o colocaria no lugar de Pratto, artilheiro que não faz gols ou só marca em cobranças de penalidades. Aguirre precisa achar seus 11 titulares, encorpar o time e fazê-lo jogar bonito. Material humano para isso ele tem – resta saber se quer realmente ganhar a Libertadores ou ficar pelo caminho. E ficar pelo caminho pode significar sua queda, já que a torcida e ele ainda não fizeram aquele pacto de amor. Por enquanto, a desconfiança ainda paira na cabeça da Massa. Nada, porém, que uma grande vitória na quarta-feira não possa mudar o quadro.

A um empate da final
O Atlético de Madrid conseguiu uma grande vitória diante do Bayern de Munique, ontem, no Vicente Calderón, em Madri, e está a um empate da final da Champions League. O time dirigido pelo argentino Diego Simeone é uma equipe sem estrelas, mas bem montado, bem treinado e bem preparado. Comungo com meu amigo Francisco Tomás, quando ele diz que Simeone deveria treinar a Seleção Brasileira. Os técnicos argentinos estão em alta no mundo inteiro e fariam muito bem ao futebol daqui. Mas, é claro, o Atlético não abriria mão de seu melhor técnico dos últimos tempos.

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