COLUNA DO JAECI

Na cola dos líderes

O Atlético continuou pecando na organização, mas superou tudo com raça

postado em 26/09/2016 12:00

BRUNO CANTINI / ATLÉTICO
O Galo fez a sua parte. Venceu o Inter por 3 a 1, manteve a mesma distância para Palmeiras e Flamengo, e continua no páreo na luta pela taça. Curiosamente, o Inter foi superior boa parte do jogo, mas não conseguiu traduzir isso em gols. O Atlético continuou pecando na organização, mas superou tudo com a raça que lhe é peculiar. Quando o time gaúcho mais pressionava, Lucas Pratto, que saiu do banco, fez o terceiro gol e deu tranquilidade ao time. Foi visível que ele e Dátolo comemoraram um com o outro e é lógico que estão insatisfeitos com a reserva. Marcelo Oliveira já percebeu que Fred e Pratto não podem jogar juntos. Para ele, é um ou outro. Como o Galo tem um grupo forte, vai alternando de acordo com a necessidade. Aliás, Fred fez o primeiro gol em raro oportunismo. Clayton fez o segundo em falha de Ceará. O Inter fez seu gol de honra com Gustavo Ferraris. Também, um time que tem Celso Roth como técnico, não pode mesmo esperar muita coisa. Vai brigar para não cair até o fim da competição.

O Atlético não fez uma grande partida, mas usou seu alçapão para intimidar o adversário, construir a vitória e dizer à imprensa nacional que continua vivo na luta pela taça. Já foi descartado pela maioria, mas continua comendo a sopa pela beirada, como bom mineiro. O time não é brilhante. Cai muito de produção. Porém, como os adversários são de nível técnico baixíssimo, vai faturando os pontos e deixando sua torcida esperançosa. E logo nesta reta final, o técnico vai ganhando as opções que não tinha, com a liberação dos lesionados pelo departamento médico. Hoje, Marcelo Oliveira olha para o banco e sabe com quem pode contar. Se há insatisfeitos, á natural. Ninguém gosta de ficar no banco, mas é ele quem comanda e enxerga as melhores opções. É fato que o grupo é unido, consciente da necessidade de sair da fila de 45 anos sem ver a taça, e, cada jogador faz o melhor que pode. O Atlético está mais vivo do que nunca e a cada três pontos conquistados vai enchendo sua torcida de fé e esperança. Vale lembrar que vai pegar Palmeiras e Flamengo, justamente no Horto. Nesses dois jogos estão a esperança de que o Galo vença, derrube os rivais e parta, definitivamente, para a conquista. Enquanto isso, é ir faturando pontos contra adversários que estão atrás dele, sem o menor pudor.

Z-4

O Cruzeiro achou que demitindo Deivid resolveria seus problemas. Trouxe o português Paulo Bento e pensou que as coisas iriam mudar. Não deu certo. Aí, apostou em Mano Menezes, o mesmo que largou o clube, ano passado, seduzido pelo dinheiro chinês. Os torcedores ficaram bravos, a diretoria ficou irada e todos pensavam que as portas do clube haviam se fechado para o técnico gaúcho. Ledo engano.

Mano voltou e a expectativa de todos era de que faria o mesmo que fez na temporada passada, tirando o time do Z-4 e quase o colocando no G-4. Só que as coisas não aconteceram como imaginavam e a derrota, de virada, por 2 a 1, para o Flamengo, ontem, mostrou um time apático, sem inspiração, com um esquema bastante duvidoso. O Cruzeiro jogou atrás, sem iniciativa, parecendo com medo. Achou um gol, teve a chance de aumentar, mas foi castigado por sua incompetência e arrogância. Resultado: Flamengo 2 a 1, e o time azul cada vez mais ameaçado de rebaixamento. Uma equipe cara, com jogadores considerados de alto nível, mas que até aqui nada rendem. Rafael Sóbis, contratado a peso de ouro, tem sido um engodo. Não tem jogado o suficiente para justificar salário tão alto. Ramón Ábila, centroavante daqueles que todos gostam, esqueceu como se faz gols. Tem perdido cada chance, que até o mais otimista torcedor duvida. Será que ele é mesmo isso que imaginávamos? Se serve de consolo, a derrota para o Flamengo ajudou o time carioca a manter a distância para o Atlético.

Arbitragem duvidosa

O Palmeiras continua liderando o Brasileirão e contando com a força da arbitragem. No jogo contra o Coritiba, puseram um juiz sem experiência, que, nitidamente, amarrou o jogo do time paranaense e ajudou o verdão. Quando um árbitro quer favorecer uma equipe, vai minando o adversário, marcando faltas, invertendo-as e mudando a história da partida. Acho bom Flamengo e Galo ficarem de olho e pedirem árbitros experientes, que não sejam tendenciosos e não sofram pressão. Nessa reta final, estão fazendo de tudo para dar o título ao Palmeiras, que está na fila há muito tempo.

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