COLUNA DO JAECI

Mineiros e gaúchos na semifinal. Bye, bye, cariocas e paulistas

Poderemos ter outra vez uma final mineira, já que em 2014 Galo e Raposa decidiram a taça

postado em 20/10/2016 12:00 / atualizado em 20/10/2016 14:43

PEDRO H. TESCH/ELEVEN/ESTADAO CONTEUDO RS - Ramon Lisboa/EM/D.A Press

O Atlético está na semifinal da Copa do Brasil. Eliminou o Juventude nas penalidades e garantiu a vaga depois de perder por 1 a 0 no tempo normal e vai enfrentar o Internacional. O Juventude ainda teve um gol anulado, em que o bandeira marcou impedimento do atacante do time de Caxias do Sul. O Galo praticou futebol péssimo, a ponto de irritar o mais otimista dos torcedores. Um time sem criatividade no meio-campo, lento com seus dois zagueiros e com pouca imaginação ofensiva. Mas, em mata-matas, tudo pode ocorrer, até mesmo uma equipe praticar futebol abaixo da crítica, caso do Galo ontem, e garantir a classificação. Porém, quem merece, nesse futebol brasileiro medíocre e sem inspiração, chegar a algum lugar? Outro dia, em Natal com a Seleção Brasileira, perguntei a um ex-jogador, craque do passado, quanto ele ganharia se jogasse hoje. Ele me disse: “Eu estaria trilhardário ou os clubes não teriam dinheiro para me pagar”. E ele tem razão. Num futebol em que zagueiros medíocres ganham algo em torno de R$ 500 mil, é mesmo de doer.

Fico a me perguntar o motivo de o Atlético jogar tão mal, não ter jogadas ensaiadas, não ter padrão de jogo. Porém, nem quero questionar mais isso. Não vale a pena. A mediocridade é geral. Felizmente, Leandro Donizete jogou e com ele em campo o Galo é mais consistente, mais firme, mais seguro. Lamento que ele tenha que cobrir zagueiros tão lentos, pois a sobrecarga é grande. Quando ele não joga, normalmente o Galo perde. O Atlético tem jogadores, contratados a peso de ouro que não rendem. O torcedor sabe muito bem de quem estou falando. Só que há os que gostam de iludir a torcida e que querem fazer média. Um jogador que é atacante ganha mais de R$ 500 mil mensais e não faz gols é um absurdo. E ninguém cobra. É como se fosse algo normal. Recebi mensagem do meu amigo Ari Júnior após a classificação do Galo. Indignado, me disse: “Jaeci, o Atlético está nas semifinais sem merecer. Fez um jogo medíocre diante de um adversário de Terceira Divisão. Estou envergonhado”. Relatou a mais pura realidade. Foi o mesmo jogo que eu vi, mas que hoje o técnico e os jogadores vão destacar como se fosse uma maravilha. Por isso o futebol brasileiro está na lama. Já disse que aprendi com Telê Santana que prefiro perder dando espetáculo a ganhar jogando mal. Porém, os torcedores não pensam assim. Eles querem vencer a qualquer custo, mesmo que o adversário tenha sido prejudicado. Gostaria muito de ver um diretor atleticano dizer que o gol do Juventude foi legal e que o Galo se classificou de forma irregular. Porém, isso não vai ocorrer. Lembram-se de que coloquei na coluna de ontem que os árbitros erram a favor e contra? Pois é. Ontem o árbitro favoreceu o Galo. Pau que dá em Chico dá em Francisco.

Vitória maiúscula

No Mineirão, o Cruzeiro enfiou 4 a 2 no Corinthians e também garantiu vaga na semifinal da Copa do Brasil para enfrentar o Grêmio, que ao seu lado é o maior ganhador da competição, com quatro conquistas. Foi a melhor exibição do time mineiro nesta temporada, embora a defesa tenha dado sustos e deixado o torcedor irritado. De Arrascaeta e Ábila foram os nomes do jogo. O argentino com dois gols, o uruguaio com um, e Bruno Rodrigo completando a vitória. A classificação dá a tranquilidade de que o time precisava para deixar o torcedor mais conformado, já que no Brasileirão a situação ainda é complicada, embora eu não acredite em rebaixamento. Acredito que o Cruzeiro vai se safar. Já na Copa do Brasil, com a tradição que tem, poderá chegar à finalíssima e buscar o pentacampeonato, o que salvaria o ano. E, quem sabe, poderemos ter outra vez uma final mineira, já que em 2014 Galo e Raposa decidiram a taça, com vantagem para o alvinegro. Uma coisa é fato: paulistas e cariocas vão ter de assistir às partidas pela tevê. No campo de jogo, somente mineiros e gaúchos.

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