COLUNA DO JAECI

Grêmio é penta. Galo cai de pé

Resta ao Atlético se refazer, mandar vários jogadores embora e esperar que Roger Machado faça um trabalho decente

postado em 08/12/2016 12:00

EDU ANDRADE/FATOPRESS/ESTADAO CONTEUDO RS
O Grêmio é o novo campeão da Copa do Brasil, chegando à quinta conquista. Empatou com o Atlético por 1 a 1 nesta quarta-feira, em sua arena, e garantiu mais um troféu nacional depois de 15 anos de jejum (foto). Foi uma conquista merecida, principalmente pelo que o time gaúcho fez no jogo de ida, no Mineirão. Ali, praticamente garantiu a taça. O Atlético até lutou muito e mostrou um pouco mais de organização com o interino Diogo Giacomini, mas não teve forças para vencer o Grêmio em sua casa por dois ou mais gols de diferença. Bolaños e Cazares, este com um golaço antes do meio-campo, marcaram os gols. O futebol brasileiro encerra o ano com o Palmeiras dono do Brasil e o Grêmio dono da Copa do Brasil. Resta ao Galo o consolo de estar garantido na fase de grupos da Copa Libertadores. Não por seus méritos e sim pela desistência dos times mexicanos.

Foi a primeira partida no Brasil depois da tragédia do voo da Chapecoense, e a torcida do Grêmio deu show, respeitando o minuto de silêncio como na Europa. Não se ouviu um pio sequer, como pedi na coluna de ontem. Jogadores e jornalistas homenagearam os que se foram. Torcedores chorando, emocionados, muita gente ainda comovida pelo desastre. A bola rolou. Vida que segue, e confesso que gostei da postura do Galo. Em apenas 45 minutos, o técnico interino conseguiu dar padrão de jogo e mostrou esquema tático, o que não ocorreu com o técnico anterior.

O Atlético adiantou a marcação e criou dificuldades para o Grêmio sair. E foi o Galo quem criou várias oportunidades, que passaram perto da trave de Grohe. Mas a grande chance da etapa inicial foi do Grêmio. Douglas, camisa 10 de verdade, tocou de calcanhar e deixou Éverton na cara de Victor. O gremista bateu mal, em cima do goleiro alvinegro, que fez a defesa sem o menor problema. Porém, não foi um grande jogo. Os times se limitaram ao meio-campo, o Galo atacando e o Grêmio explorando os contra-ataques. Ele não precisava se expor, pois tinha grande vantagem, conseguida no jogo de ida. O 0 a 0 do primeiro tempo acabou sendo justo.

O segundo tempo mostrou um Grêmio mais compacto e um Galo cansado. Luan, que estava em todos os espaços do campo, não tinha mais fôlego, nem pernas. É sabido que é jogador de garra e raça, mas tem sérios problemas clínicos, que não o deixam ter uma boa sequência. Lucas Pratto, que outro dia declarou que não precisava provar nada para ninguém como se tivesse ganhado um título mundial, nada fez. Não deu sequer um chute a gol. Robinho lutou, mas, sozinho, nada conseguiu fazer.

O time gaúcho não precisava fazer gols. Bastava não tomar. Porém, no finalzinho, em bela jogada de Everton, ele tocou para a área, a bola sobrou para Bolaños, que tocou para o gol vazio. Grêmio 1 a 0, o penta da Copa do Brasil garantido e muita festa da torcida. Mas o jogo não tinha acabado. Cazares recebeu no seu campo, viu Grohe adiantado e marcou um golaço. Não havia mais tempo para nada.

O técnico Renato Gaúcho, ídolo como jogador, transforma-se agora em ídolo também como técnico. Há 15 anos o Grêmio não ganhava um título nacional, e coube a Renato dar essa conquista mais do que merecida. O título foi garantido no Mineirão, com atuação espetacular do time gaúcho, que não tomou conhecimento de um Galo acuado, sem esquema e sem padrão. Ontem, porém, foi um Galo guerreiro. Mas a vantagem gremista era muito grande. Resta ao Atlético se refazer, mandar vários jogadores embora e esperar que Roger Machado faça um trabalho decente, dando padrão de jogo e esquema tático, coisa que jamais existiu nesta temporada. Grêmio, cinco vezes campeão da Copa do Brasil. Parabéns ao time gaúcho, o maior copeiro do Brasil.

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