COLUNA DO JAECI

Ainda falta muita coisa

Paulinho pode ser da confiança de Tite, e até está jogando bem, mas eu e o torcedor brasileiro não confiamos mais nele

postado em 30/03/2017 12:00 / atualizado em 30/03/2017 08:51

 Lucas Figueiredo/CBF


A Seleção Brasileira caiu mesmo no gosto do torcedor do sudeste. Depois de encantar na goleada por 3 a 0 sobre a Argentina, no Mineirão, foi a vez de o time comandado por Tite atuar em São Paulo e, depois de mais uma goleada por 3 a 0, desta vez no Paraguai, a torcida paulista é só elogios ao time canarinho. Jogadores antes odiados, como Paulinho e Marcelo, hoje são unanimidades. E não é para menos, pois, realmente, dá gosto de ver a Seleção jogar esse futebol bonito e qualificado. Vale lembrar que Tite herdou um “bando”, mal dirigido por Dunga, e fez uma bela limonada, transformando em um time de verdade. Bem treinado, em que todos marcam e apoiam com a mesma eficiência. Até Paulinho, que eu jamais convocaria por causa do desastre dos 7 a 1, está jogando muito bem. Não posso deixar de admitir isso. Porém, quero ver o comportamento dele numa semifinal de Copa, caso o Brasil, já classificado para a Rússia, avance. Meus leitores e leitoras conhecem minha opinião sobre os fracassados de 2014. Exceto Neymar, que nem participou do vexame, pois havia sido cortado, por contusão, eu não chamaria mais ninguém.

Tite disse que o time não está pronto. E não está mesmo. Gostaria que surgisse um goleiro em quem pudéssemos confiar. Não é o caso de Alisson, que acho muito comum para quem já teve Leão, Taffarel e outros menos votados. Daniel Alves melhorou nas mães de Tite, mas não sei como chegará à Rússia. Miranda é outro que para mim é excepcional, mas temo que em mais um ano e quatro meses, tempo que falta para o Mundial, esteja mais lento e possa comprometer o setor defensivo. Marquinhos é uma tranquilidade só. Porém, quando olho para o banco e vejo Thiago Silva me dá um arrepio danado. O cara já entregou o Brasil de todas as maneiras. Não acho coerente mantê-lo no grupo, tentando resgatar algo que não existe. Em Seleção Brasileira, o cara é ou não é. E Silva não é! Tenho fé de que até lá vai surgir alguém com talento e confiança para afastar esse fantasma que volta e meia ronda o escrete canarinho. Nem o PSG quer saber mais dele, já que a torcida quase o pegou no aeroporto Charles de Gaulle, depois que ele afundou o Barcelona nos 6 a 1. É bem verdade que ele estava suspenso nos 7 a 1, por isso levamos de 7 e não de 10. Tenho certeza que se ele tivesse disputado aquela semifinal, teríamos tomado de 10 a 1. Não quero mais perder espaço falando desse péssimo zagueiro.

Sei que os técnicos têm suas convicções e, neste momento, ninguém vai contestar Tite. Porém, aviso antes de a porta ser arrombada. Avisei, quatro anos antes, que a final da Copa no Brasil seria entre Alemanha e Argentina. Também disse que no momento em que o time brasileiro pegasse alguma equipe mais bem armada, levaria um “sacode”. Jogou contra ninguém nas fases anteriores e, quando pegou a Alemanha, foi aquilo que vimos. Do mesmo jeito, aviso que Tite precisa parar de querer proteger certos jogadores. Paulinho pode ser da confiança dele, e até está jogando bem, mas eu e o torcedor brasileiro não confiamos mais nele. Avisei sobre Fernandinho e, finalmente, ele está no banco. Tomara que de lá fique no City e não volte mais. É outro que entregou três dos sete gols da Alemanha.

É muito fácil elogiar Tite depois de oito vitórias, 100% de aproveitamento e tudo mais. Já vejo gente, que antes metia o pau, puxando o saco de Neymar. Menos! Ele é o nosso melhor jogador, atua coletivamente sob as ordens de Tite, mas falta muito para ser um Messi ou um Cristiano Ronaldo. O dia em que for para outro time grande da Europa e ganhar a Champions como protagonista, vou admitir. Por enquanto, é excelente coadjuvante. E na Copa não tem essa moleza que ele encontrou contra o Paraguai. Lá, vai enfrentar zagueiros de alto nível, volantes que sabem marcar sem dar pancada. É outra história.

Confesso que estou muito feliz pelo que tenho visto, mas mantenho meu foco na realidade e não vivo no mundo da fantasia. A Seleção melhorou muito, pois não havia mesmo como cair mais do que caiu com Dunga. Mas, até a Copa, precisamos enfrentar adversários do nosso tamanho, com a nossa qualidade, para sabermos em que estágio estamos de verdade. Contra seleções que nada representam no futebol mundial, até eu jogo. Quero ver é na hora de encarar a fortíssima Alemanha, a Itália, a França. E isso deverá ocorrer no Mundial. Antes, porém, precisamos enfrentar essa gente do nosso tamanho, mesmo que amistosamente. Em junho, na Austrália, teremos Brasil x Argentina. É sempre um grande jogo, mesmo que os hermanos estejam combalidos, ameaçados de não ir ao Mundial. Mas é Brasil x Argentina, um dos maiores clássicos do futebol mundial.

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