Atlético

UM MOMENTO NA HISTÓRIA

Astro uruguaio na constelação do Galo

postado em 21/11/2013 08:23 / atualizado em 09/12/2015 16:35

Arquivo/EM

O zagueiro uruguaio Olivera marcou sua passagem pelo Atlético pela garra e liderança – tanto que ainda foi treinador da equipe, recheada de craques, logo depois de encerrar a carreira. Desde a estreia, ele impressionou a massa. Chegou a Belo Horizonte numa sexta-feira, 21 de outubro de 1983, e atuou já no domingo, no 1 a 1 com o Villa Nova, no Mineirão, pelo Campeonato Mineiro.

Contratado em setembro, Olivera esteve na Vila Olímpica, antigo local de treinos da equipe, no dia 30, para exames médicos, mas retornou a Montevidéu para defender a Seleção Uruguaia na Copa América – a Celeste eliminaria o Peru nas semifinais –, enquanto também aguardava que o Galo conseguisse seu registro na Federação Mineira de Futebol e na CBF.

“A partir de hoje, o Atlético tem um novo líder em campo (…) Olivera chegou na sexta-feira à noite e vai estrear sem ter feito um treino de verdade sequer com seus novos companheiros, a quem ele praticamente conheceu ontem cedo na Vila Olímpica”, destacou o Estado de Minas, na edição de 23 de outubro. Aos 30 anos, Walter Daniel Olivera Prada, capitão do Peñarol e da Seleção Uruguaia nos oito anos anteriores, tornava-se a contratação mais cara do futebol mineiro. Com os apelidos de El Índio, El Gañador e El Líder, o xerife demonstrava otimismo: “Eu tenho confiança em meu futebol e acredito que tudo vai dar certo, pois o Atlético tem excelentes jogadores e eles devem me ajudar nessa primeira apresentação e assim eu não devo errar muito”.

A estreia, porém, não foi boa, segundo a avaliação do EM de terça-feira (o jornal não circulava às segundas: “Ele demonstrou indecisão na colocação e se perdeu um pouco nos raros combates diretos com os atacantes do Villa Nova. Ele foi discreto também no comando do time em campo, em dar orientação”. O próprio zagueiro concordou: “Não fui bem. Treinei pouco e joguei sem conhecer bem os meus companheiros. Eu sei que, em um clube como o Atlético e com uma torcida como a que temos, sempre são mais exigentes com o jogador. Vou me preparar mais, para melhorar no próximo jogo”.

Olivera, na terça, voltou a Montevidéu para se reintegrar à Seleção Uruguaia para a decisão da Copa América com o Brasil e conquistar o título com a vitória por 2 a 0 no Centenário e, já sem o novo atleticano em campo, com o empate por 1 a 1 na Fonte Nova – resultado que provocaria a queda do técnico brasileiro Carlos Alberto Parreira.

DO CAMPO PARA O TÚNEL Com a camisa alvinegra, segundo o blog O Canto do Galo, Olivera disputou 72 partidas e marcou oito gols. O último jogo foi o empate por 4 a 4 com a Roma, em 18 de agosto de 1985. O uruguaio, sofrendo com uma sequência de contusões, trocaria os gramados pelo túnel e comandaria os ex-companheiros na reta final do Campeonato Mineiro de 1983. Assumiu em 2 de outubro, no triunfo por 2 a 0 sobre o Democrata-SL, em Sete Lagoas, e depois de 21 jogos (nove vitórias, 11 empates e apenas uma derrota), levou o time ao hexacampeonato estadual.

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