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Pressão lá e cá

Atleticanos embarcam para a Colômbia cientes de que a torcida espera mais do time este ano e de que encontrarão muita dificuldade diante do Nacional, pelas oitavas de final

postado em 22/04/2014 08:43 / atualizado em 22/04/2014 08:48

ALEXANDRE GUZANSHE / EM DA PRESS
Na primeira fase da Copa Libertadores, foram seis jogos, sendo três vitórias e três empates, mas com desempenho burocrático e longe de convencer o torcedor. A partir de agora, no mata-mata, o Atlético sabe que o bom futebol precisa reaparecer para manter o sonho de conquistar o bi continental. Nas oitavas de final, o Galo encara uma verdadeira pedreira, o Nacional de Medellín, amanhã, às 22h (de Brasília), na Colômbia, sabendo que sua estratégia precisa funcionar tanto fora de casa quanto no caldeirão do Independência.

O time colombiano surpreendeu na fase de grupos ao eliminar o perigoso Newell’s Old Boys, derrotado pelo time alvinegro na semifinais no ano passado. O técnico Paulo Autuori e os jogadores já têm em mente o que vão encontrar na casa do adversário: incentivo da torcida e muita pressão, do início ao fim, seja em chutes de longa distância ou em jogadas pelo alto, um dos principais trunfos do Nacional na competição.

“É um jogo dos mais nervosos, já que o adversário tem um time muito técnico. Esperamos que nossa marcação funcione, para que possamos sair com a vitória, que é o nosso objetivo. O importante é não tomar gols fora de casa, o que se torna uma boa vantagem para o jogo de volta”, ressaltou o volante Leandro Donizete antes do embarque ontem à tarde, no aeroporto de Confins. Pelo menos 50 pessoas, entre torcedores, curiosos, funcionários e operários do aeroporto foram passar mensagem de apoio ao grupo na primeira missão na etapa eliminatória da Libertadores.

No começo da noite, a delegação chegou à Cidade do Panamá, onde passou a noite. Hoje cedo, haverá o embarque para Medellín em voo direto e, à noite, Paulo Autuori comandará o último treino, provavelmente no palco da partida, o Estádio Atanasio Girardot, que tem capacidade para 45 mil pessoas.

Com o retorno do atacante Jô, poupado no empate com o Corinthians, na rodada de estreia do Campeonato Brasileiro, o Atlético luta para acabar com o jejum de gols: os últimos três jogos da equipe terminaram 0 a 0, incluindo os dois na decisão do Campeonato Mineiro diante do Cruzeiro. Artilheiro da última edição da Libertadores, com sete gols, o camisa 7 entende que o poderio ofensivo não pode mais falhar: “Temos de fazer o máximo possível para sair com bom resultado da Colômbia. Nenhuma equipe gosta de ficar sem marcar, porque atrapalha todo o planejamento na temporada. Mas nossa obrigação é quebrar essa sequência ruim para conquistar a classificação às quartas de final”.

O volante Pierre reconhece que as atuações do Galo não têm agradado a torcida, mas sabe que o lado emocional dos atletas fará a diferença diante do Nacional: “É o momento ideal para que todos tenham tranquilidade e trabalhem da maneira certa. Valorizamos muito essa sequência de 18 jogos sem perder, que nos traz confiança para conquistarmos a vitória”.

DOIS INSCRITOS O lateral-esquerdo Emerson Conceição e o volante Eduardo foram inscritos pelo Atlético para a segunda fase da Libertadores. Eles ocupam os lugares do armador Renan Oliveira e do atacante Leonardo, que não tiveram espaço no grupo e acabaram emprestados ao Sport. Conceição chegou ao clube há 15 dias e estreou diante do Corinthians. Eduardo, de 18 anos, foi formado nas divisões de base, disputou cinco jogos no Estadual deste ano (sempre entrando no segundo tempo) e ganhou a confiança de Autuori.

Como prevê o regulamento, o Galo ainda pode inscrever mais dois atletas até 48 horas antes de uma eventual semifinal – a fase será disputada depois da Copa do Mundo. O diretor de futebol Eduardo Maluf afirma que o Atlético está atento às novidades no mercado e não descarta a possibilidade de uma ou outra contratação, sem citar posições para não alimentar especulações.

MEMÓRIA
Goleada no Mineirão
O único confronto da história entre Atlético e Nacional de Medellín também ocorreu no mês de abril, há 39 anos, e terminou com massacre do Galo. Em 13 de abril de 1975, o alvinegro goleou por 5 a 0, em amistoso no Mineirão. O nome da partida foi o atacante Reinaldo, que marcou três vezes para o time atleticano, comandado por Telê Santana. Marcinho e Paulo Isidoro completaram o placar. O jogo foi violento e terminou com três expulsões: de Ortiz, do Galo, e Victor Campaz e Moncada, da equipe colombiana. Marcelo Oliveira, atual técnico do Cruzeiro, esteve em campo com a camisa alvinegra. O jogador mais conhecido no time de Medellín era o zagueiro Francisco Maturana, que se tornou técnico da equipe e da Seleção Colombiana nas décadas de 1980 e 1990. Hoje, ele é um dos observadores da Fifa.

INGRESSOS PARA A VOLTA
Enquanto a equipe do Atlético se concentra para o primeiro duelo com o Nacional de Medellín, os torcedores alvinegros já se mobilizam para garantir os ingressos para o jogo de volta, no feriado de 1º de maio, no Independência. Hoje começa a venda das entradas exclusivamente para os sócios Galo na Veia. Para o público em geral, as bilheterias estarão abertas a partir de amanhã. Nesta semana, haverá postos abertos somente na Sede de Lourdes, das 10h às 20h – posteriormente a torcida poderá adquirir os bilhetes no Clube Labareda e no estádio do Horto. Preços: cadeira Minas, R$ 50; especial Minas, R$ 100; cadeira Ismênia, R$ 80; cadeira Pitangui, R$ 80; especial Pitangui, R$ 160; Área Vip, R$ 500. Estudantes, menores de 18 e maiores de 60 pagam metade.