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LIBERTADORES

Defesa inspira ataque

Sistema defensivo do Atlético, que não leva gols há quatro jogos, é exemplo de superação para os atacantes hoje diante do Nacional. Time balançou as redes só uma vez em 360 minutos

postado em 23/04/2014 08:58

Roger Dias /Estado de Minas

Sob o comando de Paulo Autuori, o Atlético nem de longe repetiu as boas exibições do ano passado e, por isso, vem desagradando a parte expressiva dos torcedores. Mesmo invicto há 18 jogos, a paciência dos alvinegros vem caindo bruscamente, enquanto cresce a pressão sobre o treinador e o grupo, que hoje tem partida decisiva diante do Nacional-COL, às 22h (de Brasília), em Medellín, pelas oitavas de final da Copa Libertadores. A missão é voltar da Colômbia com resultado positivo – de preferência sem levar gols, como nos últimos quatro jogos, para tentar assegurar a classificação sem sustos no Independência, no segundo duelo, dia 1º. Questionado, o ataque alvinegro terá de funcionar.

O sufoco do Galo na fase de mata-mata da Libertadores de 2013 serve agora de exemplo para que o time alvinegro não fique somente se defendendo e também tente trazer a vitória para casa. Na campanha do título sul-americano, a equipe precisou igualar resultados em Belo Horizonte de forma dramática, diante do Newell’s Old Boys, nas semifinais, e do Olimpia, na decisão (ambos 2 a 0), além de ter passado por dificuldades contra o Tijuana, nas quartas, em que o goleiro Victor fez defesa de pênalti épica no último minuto.

O camisa 1 atleticano, além da zaga formada por Leonardo Silva e Otamendi, vive momento positivo. Ele salvou o Galo da derrota para o Corinthians, em Uberlândia, na estreia do Campeonato Brasileiro, ao fazer grande defesa com o pé esquerdo em chute de Paolo Guerrero. A equipe não é vazada desde a vitória sobre o Zamora por 1 a 0, na etapa de grupos da competição continental, além de ter ficado no 0 a 0 nos dois clássicos com o Cruzeiro, na decisão do Campeonato Mineiro.

Victor demonstra confiança nos companheiros na tentativa de levar o Atlético à classificação: “Faremos um dos jogos mais complicados neste ano. Justamente nas situações difíceis que os jogadores se mostram preparados, pela qualidade. Foi assim no ano passado, mas espero que possamos repetir o sucesso. Temos de pensar em agredir o adversário, não podemos imaginar outra coisa, até porque queremos encaminhar nossa vaga à próxima fase”.

Com relação ao empate com o Corinthians, a novidade do Galo é a volta de Jô, livre de dor muscular. Além de lutar para pôr fim ao jejum de gols alvinegro, o jogador terá papel defensivo, ajudando a cortar a bola nos escanteios e em cruzamentos na área, principal arma dos donos da casa. Ele é o artilheiro da equipe na competição sul-americana, com quatro gols.

Para o zagueiro Leonardo Silva, o grupo conhece bem a estratégia dos colombianos: “É um time que nos preocupa, tem tradição, além de ter vencido o Newell’s fora de casa. Dentro de seu estádio deve ser mais forte ainda, mas estamos preparados para isso, com equilíbrio grande, para fazer boa partida”. Nos últimos três dias, Autuori exibiu vídeos de partidas do Nacional.

MEIO CRIATIVO É a segunda vez que o Atlético joga na Colômbia em 2014. Na primeira, empatou por 1 a 1 com o Independiente Santa Fe, na altitude de Bogotá. E de novo o Galo aposta no meio-campo com Ronaldinho e Guilherme na armação de jogadas. Em sua pior fase desde que chegou ao clube, o camisa 10 insiste que precisa de jogar mais para apresentar melhor rendimento: “É mais um jogo importante, em que precisamos jogar bem para decidir nossa vaga em casa. Sei que tenho condições de render mais e me sinto motivado para isso. Quanto mais eu estiver em campo, mais ritmo terei e poderei ajudar a equipe”.

Mesmo longe de seu melhor momento, o craque foi assediado pelos colombianos em Medellín. Pelo menos 200 torcedores, de acordo com a imprensa local, cercaram o saguão do hotel que hospeda o Galo para ver o astro. Mas um forte esquema de segurança, incluindo profissionais do Atlético, isolou o local.

O ADVERSÁRIO
Sem o maestro
Além de disputar as oitavas de final da Copa Libertadores, o Nacional de Medellín está concentrado na fase final do Campeonato Colombiano. Na etapa de classificação, os Verdolagas, como são conhecidos em seu país, conquistaram a primeira posição, com 34 pontos em 18 jogos. Contra o Atlético, a equipe terá seis desfalques – o principal é o armador Cardona, expulso na vitória sobre o Newell’s Old Boys por 3 a 1, na Argentina. O zagueiro Medina foi vetado de última hora pelo departamento médico por causa de lesão no joelho direito. Sem seu maestro, a aposta é em Cárdenas, de 24 anos, um dos melhores jogadores do país. “Conseguimos provar que somos capazes de ir longe quando vencemos o Newell’s em Rosario. Não somos os favoritos, mas vamos mostrar determinação nas duas partidas para garantir a classificação”, afirmou o jogador. O Nacional conta também com o volante Diego Arias, com passagem apagada pelo Cruzeiro em 2012.

Nacional-COL x Atlético

Nacional-COL
Armani; Bocanegra, Murillo, Henríquez (Nájera) e Farid Díaz; Diego Arias, Mejía, Pérez e Cárdenas; Luis Páez e Tréllez
Técnico: Juan Carlos Osório

Atlético
Victor; Alex Silva, Leonardo Silva, Otamendi e Emerson Conceição; Pierre, Leandro Donizete, Guilherme e Ronaldinho Gaúcho; Diego Tardelli e Jô
Técnico: Paulo Autuori

Estádio: Atanasio Girardot
Horário: 22h (de Brasília)
Árbitro: Martín Vázquez (URU)
Assistentes: Miguel Nievas e Carlos Changala (URU)
TV: Fox Sports e Globo