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Cinco momentos marcantes de R10 no Galo

Em pouco mais de dois anos de Galo, a volta por cima e a saída com missão cumprida

postado em 29/07/2014 08:35

Sidney Lopes/EM/D.A Press

Bomba que chacoalhou o futebol

O Atlético se tornou, na tarde de 4 de junho de 2012, o centro das atenções no mundo do futebol. Depois de sair do Flamengo em litígio, Ronaldinho Gaúcho foi visto pela primeira vez na Cidade do Galo já treinando com os novos companheiros, vigiado de perto por toda a cúpula alvinegra e de cima por helicópteros das redes de TV. Em almoço com o presidente Alexandre Kalil, ele havia selado acordo por seis meses, com salário inicial de R$ 350 mil, um terço do que recebia na Gávea. Do lado de fora do CT, inúmeros torcedores já se empurravam para ver o grande reforço, cuja contratação teve o aval do treinador Cuca.

Presente’ para a torcida do rival
Ronaldinho sonhou com títulos e grandes momentos no Galo. Um deles foi o gol de placa em seu primeiro clássico contra o Cruzeiro (foto), em 26 de agosto, no Independência, com presença apenas da torcida celeste. Em arrancada do meio-campo, ele passou por Marcelo Oliveira, fintou Lucas Silva e depois driblou outra vez Marcelo antes de tocar no canto esquerdo de Fábio. O jogo terminou empatado por 2 a 2. A diretoria alvinegra até cogitou homenageá-lo com uma placa no estádio, mas o plano não foi adiante.

Show com três gols e lágrimas
Ao mesmo tempo em que brilhava no Atlético, Ronaldinho vivia um drama pessoal: o câncer da mãe, Miguelina. Em meio à preocupação e ao tratamento intensivo, ele sofreu o baque da morte do padrasto, em 5 de outubro. No dia seguinte, os torcedores do Galo foram premiados com atuação de gala do ídolo, autor de três gols e duas assistências nos 6 a 0 sobre o Figueirense, pelo Brasileiro no Independência. A cada vez que ele balançava a rede, ele não continha o choro na comemoração. “Muito triste com a perda de meu padrasto, Vanderlei. Joguei ainda abalado. Não foi fácil, mas queria homenageá-lo com uma grande atuação. Dedico a ele e a minha família esses gols e agradeço pelas mensagens de carinho”, postou no Twitter.

América aos pés do ídolo
Com apenas um ano de clube, Ronaldinho renasceu para o futebol e levou o Atlético ao seleto grupo de campeões da Libertadores do país. O auge foi na primeira fase, com exibições espetaculares, sobretudo nos 5 a 2 sobre o Arsenal, no Horto, em que marcou dois gols, consolidando seu nome como um dos maiores ídolos da história alvinegra. Ele devolveu o orgulho ao atleticano, que, na base do sofrimento e da fé, pôde comemorar a maior conquista do centenário clube, com vitória dramática nos pênaltis sobre o Olimpia, no Mineirão.

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press


Adeus com mais uma taça
Ronaldinho já não atuava com o brilhantismo de 2013 e era criticado por torcedores e dirigentes. Depois de fracassar no Mundial, em dezembro, o Galo foi superado pelo Cruzeiro no Estadual, eliminado da Libertadores nas oitavas de final pelo Nacional-COL e tinha desempenho irregular no Brasileiro. Nos bastidores, cresciam os rumores da possível rescisão de R10. O jogo da despedida foi também o do último título da equipe com o astro: o da Recopa Sul-Americana, depois de vitória difícil por 4 a 3 sobre o Lanús, na prorrogação. Ao deixar o gramado no segundo tempo, substituído por Luan, ele cumprimentou cada companheiro. Mais tarde, festejou com a torcida.

"Vim para jogar. Tenho seis meses para focar em jogar futebol. É uma nova etapa da minha vida. O que aconteceu no Flamengo é parte do passado, e os advogados vão resolver"
Na apresentação ao Atlético


"Passa um filme na cabeça, muita coisa. Voltei para o Brasil para conquistar o que não tinha conquistado. Falaram que éramos um time de renegados. Fala agora, p...!”
Sobre o título da Libertadores


“No momento mais difícil da minha vida, essa torcida me abraçou. É muita satisfação dar alegria a eles"
Depois da vitória épica sobre o Fluminense por 3 a 2, pelo Brasileiro de 2012


"Quando está valendo, está valendo"
Depois da goleada sobre o São Paulo por 4 a 1, pela Libertadores de 2013, no Independência


"Para mim, fica a frustração de não ter dado essa grande vitória, mas fica essa grande alegria de ter entrado para a história do clube. Tenho certeza de que o torcedor jamais vai esquecer o que a gente fez"
Depois do fracasso no Mundial de Clubes


"Sou muito feliz por ter correspondido a todas as expectativas"
Despedida diante do Lanús, com o título da Recopa