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Acertando as contas com a Justiça

Atlético consegue validar adesão ao Refis, para pagamento de dívidas fiscais, e se livra de bloqueios de receita que estavam desestabilizando o clube. Ordem agora é reforçar

postado em 20/12/2014 08:30 / atualizado em 20/12/2014 08:35

Roger Dias /Estado de Minas

Bruno Cantini / Atlético
O Atlético finalmente deu o primeiro passo para se livrar dos problemas financeiros que prejudicaram o clube este ano, resultando em atraso nos salários e premiações. Depois de várias tentativas em Brasília, o departamento jurídico alvinegro conseguiu validar a adesão ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis) da Receita Federal, para renegociar o pagamento das dívidas fiscais, cujos valores giram em torno de R$ 250 milhões. Agora, o Galo aguarda a homologação do acordo em Minas, no mês que vem, para se ver livre dos sucessivos bloqueios, sobretudo pela 26ª Vara Federal de Belo Horizonte.

O presidente atleticano, Daniel Nepomuceno, o diretor jurídico Lásaro Cunha e o diretor de planejamento Rodolfo Gropen estiveram na capital federal na semana passada para tentar agilizar o processo antes do recesso de fim de ano. O Tribunal Regional Federal de Brasília acolheu todos os recursos apresentados pelo clube mineiro referentes aos bloqueios feitos nos últimos meses. Primeiro, o Galo ficou sem parte do dinheiro da negociação do atacante Bernard (R$ 37 milhões) e recentemente teve retida toda a renda líquida da decisão da Copa do Brasil (R$ 3,6 milhões) e os recursos do programa Galo na Veia (aproximadamente R$ 2 milhões).

O acordo no Refis já havia sido publicado no Diário Oficial da União e assinado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas ainda precisa ser homologado em Minas. Agora, a diretoria entende que poderá colocar a casa em ordem e efetuar o pagamento de 13º salário e premiações aos jogadores. “O Refis traz uma segurança jurídica para as transações financeiras do clube. Estamos há quase um ano tentando solucionar essa questão. Também trabalhamos com outras questões, há patrocínio chegando, promoção no Galo na Veia. Estamos injetando dinheiro no clube para começar 2015 com tudo acertado, para pagar todos os direitos de imagem”, afirma Nepomuceno.

O Galo financiou sua dívida fiscal em 180 meses, com parcelas acima de R$ 1 milhão. Por ter aderido ao Refis, o clube terá desconto de R$ 80 milhões e pagará uma entrada de R$ 25 milhões – que sairão do montante bloqueado da negociação de Bernard. Assim, restarão R$ 12 milhões para investimento na equipe para a Copa Libertadores.

O Atlético também poderá vender um ou outro jogador para reforçar o caixa. O lateral Marcos Rocha, o zagueiro Jemerson e o atacante Carlos, além de Diego Tardelli (com proposta do futebol chinês), seriam os alvos do mercado exterior. Em relação ao camisa 9, a oferta de 6 milhões de euros não agradou o Galo, que aguarda novo posicionamento.

DE VOLTA
Dos atletas que retornam de empréstimo, o Atlético tem interesse em ficar com dois: o lateral-direito Patric, que disputou o último Campeonato Brasileiro pelo Sport, e o armador Giovanni Augusto, ex-Figueirense. A pedido do técnico Levir Culpi, ambos devem ser aproveitados no grupo que disputará a Libertadores. Os demais têm destino incerto: volante Fillipe Soutto, armadores Renan Oliveira, Leleu e Nikão e os atacantes Leonardo e Paulo Henrique.

No caixa

R$ 190 milhões
é o valor da dívida fiscal do clube alvinegro

R$ 25 milhões
é a entrada a ser paga pelo Atlético com parte do dinheiro da venda de Bernard

180
meses é o prazo de
pagamento da dívida fiscal

R$ 1,1 milhão
é o montante de cada parcela