Atlético

ATLÉTICO

Quarteto alvinegro sob prova de fogo

postado em 27/01/2015 08:49 / atualizado em 27/01/2015 08:52

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
De Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli, Jô e Bernard a Luan, Dátolo, Carlos e Lucas Pratto. Devido às mudanças no grupo, o Atlético pela primeira vez começará uma temporada sem nenhum dos integrantes do quarteto ofensivo que venceu de forma épica e histórica a Copa Libertadores em 2013. Com a saída de Tardelli para o Shandong Luneng, o desafio do técnico Levir Culpi é trabalhar para que o novo setor de ataque tenha a sintonia do anterior em busca de conquistas expressivas.

Ainda que a estreia oficial do Galo seja diante do Tupi, domingo, às 17h, no Independência, pela primeira rodada do Campeonato Mineiro, os torcedores já viram e aprovaram a equipe nos 4 a 2 no amistoso diante do Shakhtar Donetsk, também no Horto. Tendo Lucas Pratto como referência de área, a característica do alvinegro mudou um pouco em relação aos dois últimos anos, com os jogadores mais fixos em cada posição. A expectativa é pelo comportamento do ataque na Copa Libertadores, em que há maior exigência física e técnica.

“A gente perde um pouco da mobilidade, mas ganha em finalização. Muda um pouco daquela bagunça organizada que vinha desde 2013 com o Cuca. O Levir pede para eu jogar do meio-campo para a direita e não atravessar. Já o Tardelli fazia aquela função de abrir espaço. Às vezes, eu entrava de centroavante, o Carlos também entrava, e o Tardelli muitas vezes também aparecia. Já o Lucas é mais centralizado e finalizador. Eu e o Dátolo tentamos dar a movimentação que tinha no ano passado”, explica o atacante Luan, que dos quatro titulares é o jogador mais antigo no clube – chegou em janeiro de 2013.

O argentino Dátolo herdou a função que era de Ronaldinho: ocupar mais a área central do campo, distribuir o jogo e cobrar faltas e escanteios. A exemplo de Luan, amargou a reserva durante os primeiros meses e depois conseguiu o tão sonhado espaço. Mas teve de “quebrar o galho” na lateral esquerda durante a Libertadores do ano passado, função que exerceu no Boca Juniors.

O gringo entende que 2015 será um ano de afirmação no Galo e acredita que a parceria com o compatriota Lucas Pratto dará certo: “Venho fazendo o possível para que o esquema dê certo e possamos conquistar vitórias e passar adiante. Com o Pratto, a equipe ganha mais força no jogo aéreo, o que vai ser importante na Libertadores. Ele vai precisar muito de mim, porque nunca jogou no Brasil e não entende a língua perfeitamente. Mas acredito que vai se dar bem”. Dependendo do desfecho sobre a renovação de contrato de Guilherme, Dátolo pode vestir a camisa 10 na competição sul-americana.

Carlos e Pratto jogaram lado a lado numa só oportunidade na pré-temporada, mas mostraram afinidade diante do Shakhtar – cada um marcou o seu gol. No esquema de Levir, Carlos jogará mais pelo lado esquerdo, mas trocará muito de função com Luan e Dátolo. Pratto fará o papel que foi de Jô nas últimas três temporadas.

MUDANÇAS As modificações no setor ofensivo do Atlético desde o título sul-americano de 2013 ocorreram gradualmente. O primeiro a sair foi Bernard, na maior transação do clube mineiro na história – R$ 77 milhões. Depois, Ronaldinho Gaúcho deixou o Galo para jogar no Querétaro, do México. Jô ainda está em Minas, mas perdeu espaço devido aos atos de indisciplina e hoje amarga a reserva. Por fim, neste mês os cifrões do mundo oriental seduziram Diego Tardelli a trocar a equipe pelo Shandong Luneng.

R10, Tardelli, Jô e Bernard atuaram juntos em apenas 16 jogos durante a temporada de 2013, sendo 12 na Libertadores e quatro no Mineiro daquele ano, quando marcaram 25 gols.

 

VOLTA AO BATENTE
Depois de dois dias de folga, o grupo do Atlético se reapresenta hoje à tarde, na Cidade do Galo. Diferentemente do início da pré-temporada, os treinos serão em um período, para não desgastar os jogadores até a estreia no Campeonato Mineiro. “A gente fez os testes físicos e avaliamos os resultados de cada atleta. O intuito a partir de agora é individualizar a carga individual de atividades de cada um”, ressalta o preparador físico Rodolfo Mehl.


ENTRE OS MELHORES
O goleiro Rodolfo, de 19 anos, foi apontado oficialmente o melhor da posição na Copa São Paulo de Juniores, que terminou no domingo, tendo o Corinthians como campeão. A favor do atleta pesou a atuação na decisão por pênaltis contra o Flamengo, nas oitavas de final, com a defesa de uma cobrança. O goleiro vem sendo observado pela comissão técnica alvinegra e até já treinou com os profissionais. O Galinho foi eliminado pelo São Paulo nas quartas de final.