Atlético

DA ARQUIBANCADA ESPECIAL

A voz do povo

Os torcedores do verdadeiro time do povo, que são o maior patrimônio do clube, têm acertado quando escutados

postado em 24/05/2016 12:15

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Se o velho provérbio “a voz do povo é a voz de Deus” tivesse sido ouvido pela direção do Atlético, talvez o “sim” ao pedido de demissão de Diego Aguirre tivesse sido dito em tempo e hora. Quem ouve mais, erra menos. E uma torcida fiel, que acompanha seu time mundo afora, já que o Galo participa pelo quarto ano consecutivo da maior Copa das Américas, a Libertadores, deve ser ouvida. Aliás, merece ser ouvida.

Os devotos, ou melhor, os torcedores do verdadeiro time do povo, que são o maior patrimônio do clube, têm acertado quando escutados. Cazares (foto) é o melhor exemplo. O jogador, que foi convocado pela torcida e não pelo ex-técnico, está entre os vice-artilheiros do Brasileiro’2016 com apenas duas rodadas disputadas e tem 100% de aproveitamento em jogos do glorioso – ou seja, em duas partidas, dois gols.

Marcelo Oliveira, que foi escalado pela Massa para estar à frente do time, desta vez também foi escolhido pela direção do alvinegro. O novo treinador tem “faro de gol”: é um dos principais artilheiros da história do Galo. Em 14 temporadas, jogou 285 vezes e marcou 104 gols.

Marcelo tem sido um técnico pé-quente. Nos últimos quatro anos, levantou a taça em todas as campanhas, tendo conquistado ininterruptamente títulos: Campeonato Paranaense (2011 e 2012), Brasileiro (2013 e 2014), Mineiro (2014), Copa do Brasil (2015). No diapasão “vox populi, vox Dei”, 2016 tem tudo para que ele continue essa sequência.

Já chegou trazendo boas energias. O Galinho se sagrou tricampeão do Torneio de Terborg, na Holanda, ao vencer o Wolfsburg, da Alemanha, por 1 a 0, em decisão no domingo. Outro bom sinal: o Galo saiu vitorioso na categoria de base, onde, aos 14 anos, Marcelo iniciou suas atividades no clube, tendo sido campeão pelo juvenil em 1970, 1972 e 1973.

A era “rodízio” acabou e não vai deixar saudades, embora tenhamos chegado à reta final de todos os campeonatos. Mas é verdade que só perde quem joga, quem não joga compra drone…

Na quinta-feira, contra o Grêmio, tem mais jogo do Galo. E o time pode contar com a presença de seu povo, que vai apoiá-lo com o mesmo espírito aguerrido e não “AGUIRREido” da Libertadores.

Não nos esqueçamos da Copa do Brasil, na qual entraremos já nas oitavas de final. Com comando de verdade e esquema tático sem invenção de moda teremos chances reais de conquistar o bicampeonato.

A continuidade da era Kalil pelo presidente Daniel Nepomuceno deu ao Atlético um dos melhores grupos do Brasil e, mesmo sem sua força máxima, já que preservava atletas titulares, o time venceu, na primeira rodada do Brasileirão, o campeão paulista, Santos. Após resultado favorável no Paraná, já estamos no G-4.

Que as vozes que ecoam das arquibancadas pedindo jogos no Mineirão, e não no Independência, também sejam ouvidas pela diretoria do Atlético, para que seja possível maior presença de público, como também ingressos mais em conta para o torcedor. Isso tudo sem prejudicar, é claro, a arrecadação do clube. Quem realmente sabe das coisas é o povo alvinegro...

* Luciano Malta Gontijo de Amorim, torcedor do Galo desde que nasceu, há 39 anos, advogado e servidor público. Este é mais um espaço para o torcedor mineiro, já representado nas colunas fixas do cruzeirense Henrique Portugal (quartas-feiras), do americano Paulo Vilara (quintas) e do atleticano Fred Melo Paiva (sábados)

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