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Marcelo Oliveira explica recusa ao Cruzeiro e revela sonho no Atlético: vencer o Brasileiro

Treinador ratifica que chance de trabalhar no exterior não permitiu volta à Toca da Raposa; demora no processo e convite do Galo fizeram técnico repensar planos

postado em 24/05/2016 19:09 / atualizado em 24/05/2016 19:52

Bruno Cantini/ Atlético

Antes de fechar com o Atlético, Marcelo Oliveira, então desempregado, havia recebido um convite do Cruzeiro, clube com o qual foi bicampeão brasileiro em 2013/2014. Recusou. Dias depois, o Galo, após a saída de Diego Aguirre, apresentou uma proposta. Marcelo Oliveira aceitou. Os motivos foram explicados nesta terça-feira, em entrevista coletiva no Centro de Treinamentos do clube que revelou como jogador, na década de 1970, e deu as primeiras oportunidades como técnico, no começo dos anos 2000.

Marcelo Oliveira garante: não fechou com o Cruzeiro porque havia uma possibilidade de trabalhar no exterior. A oferta não apareceu oficialmente. Os dias passaram e o Atlético o procurou. O treinador, então, repensou seus planos.

“Foi como relatei. Quem me conhece sabe do meu comprometimento. Se fiz um acordo verbal, vou cumpri-lo. O processo para fora foi mais longo que pensava. Eles agem assim e demoram um pouco mais. Diante do projeto e do interesse grande do Atlético, achei que era mais favorável permanecer aqui”, diz.

O técnico assegura que não abriu negociações com o Galo enquanto Diego Aguirre não deixou o cargo. O uruguaio revelou ter pedido demissão antes da disputa das oitavas de final da Copa Libertadores. A diretoria não aceitou, mas a relação ficou estremecida. A queda ocorreu na semana passada, com a eliminação para o São Paulo nas quartas de final do torneio internacional.

“(O convite) foi depois (da saída do Aguirre). Foi um conjunto de interesses. Vejo perspectiva de conquistar títulos. Pela índole do presidente, ele não faria isso. E eu não aceitaria. Tive sondagem que não aceitei, porque o clube também tinha técnico”, ressalta.

Em busca de um sonho

No Atlético, Marcelo Oliveira está em casa. Foi atleta do clube, entre divisões inferiores e profissional, por 10 anos. Foi vice-campeão brasileiro invicto com o histórico time de 1977, na traumática derrota nos pênaltis para o São Paulo. A relação com o Galo não terminou com a aposentadoria como jogador. Nos anos 2000, virou treinador das categorias de base. Dois anos depois, ganhou a primeira chance no profissional, como interino. Foram mais seis até assumir a vaga de Aguirre e com ela um sonho: o fim do jejum do time no Brasileirão.

“Podemos fazer um belo Brasileiro e Copa do Brasil. É sonho e obstinação lutar pelo título brasileiro, porque o Atlético está há muito tempo sem ganhar o Brasileiro. É um horizonte e uma oportunidade boa”, diz. São 45 anos sem erguer a taça do Nacional.

As condições para encerrar esse jejum são consideradas favoráveis por Marcelo Oliveira, que admite viver um momento especial como técnico do Galo: “Sempre trabalhei intensamente, com dedicação e lealdade, para ter chance em grandes equipes. O Atlético é uma das grandes equipes. Estou extremamente estimulado, feliz, como se fosse primeiro trabalho. Vou me dedicar muito. O Atlético tem a combinação de ingredientes favoráveis, tradição, camisa, CT, elenco bom. Isso não garante, mas possibilita chegar adiante. Espero chegar a um grande título.”

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