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Distância da família e vida na Cidade do Galo: a caminhada de Leonan até a estreia pelo Atlético

Jogador atuou pela primeira vez pelo Alvinegro diante do Figueirense no Horto

postado em 24/10/2016 16:00 / atualizado em 24/10/2016 18:11

Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Quando Marcelo Oliveira divulgou a escalação do Atlético para o jogo contra o Figueirense, uma surpresa: Leonan. O jovem gaúcho, de apenas 20 anos, fez sua primeira partida pelo time principal do Galo e atuou por 65 minutos, sendo substituído pelo titular Fábio Santos, preservado nesse domingo. Na saída de campo, Leonan teve sua atuação reconhecida e ouviu aplausos da arquibancada.

Era a oportunidade que o lateral sonhava desde que saiu de casa. Ainda aos dez anos, Leonan deixou a vida com seus pais, na pequena Engenho Velho, no Rio Grande do Sul, e se mudou para Porto Alegre, onde integrou as categorias de base do Grêmio até a idade de juvenil. Do Tricolor Gaúcho, foi para o Caxias.

No time grená, ficou cerca de um ano e meio, até ver o projeto das categorias de base ruir devido a mudanças na gestão. O jogador, aos 16 anos, foi para o Marcílio Dias, de Santa Catarina. Em 2013, teve oportunidades como profissional, disputando a divisão de acesso do Estadual e também a Série D. Não concluiu a temporada no clube por aceitar o convite do Atlético, onde voltaria a ser jogador júnior.

No Atlético desde o fim de 2013, Leonan ainda mora nos alojamentos da Cidade do Galo. Em entrevista ao Superesportes, ele contou como é conviver com a saudade de casa, dividir o campo de treinos com jogadores de destaque internacional e as suas características ofensivas que serão mais observadas pelos torcedores alvinegros a partir de agora. O lateral tem contrato com o Galo até dezembro de 2017.

Confira a entrevista de Leonan ao Superesportes

A saída de casa

Bruno Cantini/Atlético
Saí de casa cedo, aos dez anos. Comecei no Grêmio e fiquei até o meu primeiro ano de juvenil. Fui para o Caxias, joguei meu primeiro ano de juvenil. No ano seguinte, o presidente que bancava a base saiu e acabei saindo do time. No segundo ano de juvenil, com 16 anos, fui para o Marcílio Dias. Fiquei por cerca de um ano e meio. Eu tive boas atuações. O time principal precisava de um lateral-esquerdo e acabei sendo chamado para jogar. Atuei algumas vezes e recebi o convite para integrar a base do Atlético, ainda em 2013. No ano passado, eu subi para o profissional.

Vida em Minas

Eu moro aqui na Cidade do Galo. O Atlético me dá toda a estrutura necessária. Convivo muito com o pessoal da base e tenho aprendido cada vez mais no profissional.

Quem mais o incentivou?

Com certeza foi minha mãe Rosemari Valandro. Desde o começo, aos dez anos, ela sempre esteve ao meu lado para tudo, me acompanhando em todos os clubes que passei. Ela nunca me deixou desistir, mesmo nos momentos mais complicados. Por causa de sua vida profissional, ela não vem muito me visitar na Cidade do Galo. Ela só veio uma vez, quando estava assinando o contrato. Ela conheceu toda a estrutura e gostou muito.

Reprodução/Arquivo pessoal


Vinda para o Atlético


Eu não tinha empresário na época. Como estava me destacando, alguns empresários começaram a me sondar. Me ofereceram um contato com o Atlético, que me contratou ainda para as categorias de base.

Distância da família


É uma coisa ruim, mas já estou acostumado. É assim há muito tempo na minha vida. A gente sempre tem contato por telefone, mas tento sempre seguir focado para isso não atrapalhar.

Características

Sou um jogador que gosta mais da parte ofensiva. Sou um lateral ofensivo, que gosta de chegar à linha de fundo, trabalhar a bola. Sou assim porque comecei como meia-atacante, jogava pelo lado esquerdo. Fui recuando e me transformei em lateral. Também me destaquei aqui no Atlético por causa da bola parada. Já marquei alguns gols de falta ainda no time júnior.

Adaptação à lateral

Com certeza a marcação é a parte mais complicada. É a primeira função do lateral. Primeiro você marca, depois você ataca. A gente tenta sempre trabalhar a marcação, porque no ataque consigo me desenvolver melhor.

O Atlético tinha o Douglas Santos, que era um lateral mais ofensivo, e agora tem Fábio Santos, um jogador de mais marcação. Em qual você se espelha mais?

Joguei com os dois aqui e me espelho mais no Douglas Santos. É um jogador que tem características parecidas com a minha. É um lateral mais ofensivo, parte para cima do adversário. É assim que jogo também.

Referência no futebol mundial

Sempre assisti ao Roberto Carlos jogando. Ele é uma referência mundial, um dos maiores da história na posição. Tento sempre aprender com tudo o que ele fez. Atualmente, gosto muito de ver o Marcelo, do Real Madrid, jogando. É um lateral completo, muito bom ofensivamente, e me espelho muito nele também.

Relação com Fábio Santos

O Fábio é um grande cara, todos observam isso. É um grande jogador, que sempre me dá uns toques, alguns ensinamentos. Está sendo muito bom passar esse tempo perto dele, observando. A gente não tem muito contato, mas sempre que conversamos, ele me ensina bastante.

Marcelo Oliveira


O Marcelo é um grande treinador. Ele cobra bastante, mas apoia bastante os jogadores. Tem me ensinado muito e passado muita confiança. Isso é muito importante para quem está começando.

Reprodução/Arquivo pessoal
Parceiros no elenco

É o Jesiel. Nas concentrações a gente sempre fica junto. Essa amizade já vem desde as categorias de base. Lá também éramos amigos. Quando ele não está concentrado, fico no quarto com o Patric, que é uma pessoa sensacional.

Quando você começou a pensar em ser jogador, imaginava treinar com jogadores de tantas glórias no futebol?

Nem nos meus melhores sonhos eu pensava nisso. Quando comecei, não imaginava dividir campo com jogadores como Victor, Leonardo Silva, Fred e, principalmente, Robinho. São jogadores conhecidos no mundo todo, pessoas fantásticas. É muito bom estar lado a lado com todos eles.

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