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Rogério Micale vê elenco do Atlético sem característica para jogar no modo Galo Doido

Treinador também explicou dificuldades de propor o jogo no futebol brasileiro

postado em 19/08/2017 06:30 / atualizado em 18/08/2017 18:08

Bruno Cantini/Atlético

Nos últimos anos, o Atlético alcançou glórias graças a um estilo de jogo baseado na ofensividade. O chamado ‘Galo Doido’ rendeu frutos com Cuca e Levir Culpi, mas hoje não existe mais no Alvinegro. Atualmente, a equipe joga com três volantes e um estilo mais reativo, esperando as ações do adversário para utilizar o contra-ataque. E o técnico Rogério Micale vê dificuldades no retorno da forma de jogar.
 
O retorno do modo ‘Galo Doido’ é um pedido do presidente Daniel Nepomuceno e também de torcedores. No entanto, o técnico alvinegro afirma que é um grande desafio em trazer de volta o estilo. Para ele, o elenco do Atlético não tem as características necessárias para implantar o modelo de volta.
 
“É um enorme desafio. A gente conhece como o Atlético ganhou no passado e quando se ganha se torna uma marca. Aquilo se torna uma receita para se ganhar de novo. Mas, se você quiser fazer um bolo de chocolate com calda de morango, é preciso princípios, como morango e chocolate. Não tem como fazer de outra forma. É mais ou menos isso. Você tem um pensamento, uma história vencedora, mas talvez os ingredientes não são os mesmos. Temos características diferentes nesse momento. Temos que usar isso para fazer uma equipe competitiva. Temos que identificar isso e fazer o melhor pelo clube”, disse.
 
O Atlético joga de forma mais reativa no momento. Um estilo de jogo visto em quase todas as equipes no país. Para Micale, o temor das derrotas e demissões fazem os treinadores adotarem um modelo de jogo baseado na espera do adversário para tomar decisões.
 
“Propor o jogo requer mais treino do que muitas vezes usar um modelo reativo, que é mais assimilável rapidamente. Hoje, o futebol brasileiro, pela nossa forma de fazê-lo, onde não se permite um treinador oscilar, geralmente se opta por um modelo mais reativo do que propositivo. O time aqui foi propositivo porque o Cuca teve um ano de trabalho, iniciando sua trajetória com seis ou sete derrotas. Se fosse outro treinador, o trabalho talvez seria interrompido. O modelo top do Brasil, o Tite, se houvesse a saída dele contra o Tolima, talvez ele não estaria na Seleção Brasileira. Ele foi campeão paulista, brasileiro, da Libertadores e mundial. O que acontece é a interrupção do trabalho com resultados negativos. Busco equilíbrio para ser mais agressivo e isso demanda mais tempo”, completou.

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