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Náutico x Sport: A marca da rivalidade

Clássico dos Clássicos deste domingo será o de número 500 na história dos dois clubes

postado em 15/04/2011 08:37

Cassio Zirpoli /Diario de Pernambuco

Helder Tavares/DP/D.A Press
Clássico é mesmo um jogo diferenciado. Não adianta dizer que não vale nada na classificação, que os times vão entrar com formações mistas, que a torcida visitante planeja um boicote à partida etc. À medida que o confronto vai se aproximando, as nuances da rivalidade vão ganhando destaque e dando uma “cara” ao jogo, ao novo capítulo. No caso de Náutico e Sport, essa história já passou de um século. Neste domingo, às 16h, nos Aflitos, alvirrubros e rubro-negros vão a campo pela 500ª vez. Como ignorar uma marca assim?

A estatística é baseada nos dados do pesquisador Carlos Celso Cordeiro, com 15 livros publicados sobre a história do futebol pernambucano com todos os jogos de grandes clubes do Recife. Fundamentada nesses números, parte da imprensa local considerou como o Clássico dos Clássicos de número 500 um duelo ocorrido há cinco anos, no início de uma polêmica que só acabará agora, na derradeira rodada do Campeonato Pernambucano. Em 21 de outubro de 2006, o Leão e o Timbu se enfrentaram na Ilha do Retiro, pela Série B do Brasileiro. O Sport venceu por 2 a 0, com gols de Fumagalli.

Na época, o Diario de Pernambuco não considerou os confrontos válidos pelo Torneio Início, pois eram os jogos festivos disputados entre 15 e 40 minutos, de forma intermitente de 1919 a 1981. Um contexto longe do que se considera uma partida oficial de futebol. Dois dias antes daquele dia, o Diario “recontou” o clássico.

Assim, foram retirados 22 jogos do extinto Torneio Início, além de uma vitória anulada do Timbu, em 1934 - dado também não é considerado pela CBF, vide Brasileirão de 2005, com 11 partidas anuladas e remarcadas. Desta forma, o retrospecto oficial do 3º clássico mais antigo do Brasil já teve 499 jogos, com mais vitórias a favor do Sport, 193 x 167.

De todos os jogos, um, porém, segue com o resultado desconhecido. Em 29 de março de 1931, durante a final do Torneio Abrigo Terezinha de Jesus, o Náutico foi o campeão. O time jogava por empate, mas os jornais não informaram o resultado, até hoje um mistério. Para completar, uma ressalva: aquela partida em 2006 também não foi o jogo de número 500. Posteriormente, em 2009, durante a sua 4ª viagem de pesquisas (uma longa revisão), Carlos Celso acabou encontrando mais dois clássicos envolvendo rubro-negros e alvirrubros na decada de 1920, após a leitura das páginas amareladas do extinto jornal A Província.

Voltando ao presente, o jogo que não valia nada, agora representa a história. E ainda terá a bonificação proporcionada pela má interpretação no regulamento do Estadual. Só agora, faltando uma rodada para o fim da fase classificatória, os dirigentes “perceberam” que a soma dos pontos desta etapa com os jogos da semifinal é o que vai decidir a ordem no mando de campo da finalíssima. Assim, Náutico e Santa, com 44 pontos, passam a travar uma disputa paralela, também, na próxima etapa. Ao Sport, a chance de vencer o seu primeiro clássico no ano. E ainda tem quem ache que o clássico será insosso.

Saiba mais

Confrontos

499 jogos
193 vitórias do Sport
691 gols rubro-negros
167 vitórias do Náutico
641 gols alvirrubros
138 empates
1 placar desconhecido, de 1931

Clássicos “extras”
22 jogos do Torneio Inicio
5 vitórias do Sport
4 vitórias do Náutico
13 empates
1 jogo anulado (vitória do
Náutico, em 16 de dezembro
de 1934)

Fonte: pesquisador Carlos Celso Cordeiro