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Polícia usa da truculência antes e durante o Clássico dos Clássicos

postado em 24/04/2011 17:37 / atualizado em 24/04/2011 22:24

Ana Paula Santos /Diario de Pernambuco

Antes mesmo da partida ter início, na Ilha do Retiro, cena lamentável foi apreciada pela reportagem do Superesportes. A caminho do estádio, enquanto a Fanaútico era escoltado até a Ilha, dois rapazes, que trafegavam pelas proximidades do Fórum Rodolfo Aureliano, de bicicleta, foram parados por dois policias da Rocam. Até aí tudo bem. Afinal, dia de clássico a atenção é redobrada. Mas colocar uma arma na cabeça do sujeito, que nem ia para o jogo, é um pouco demais. Ainda bem que os homens estavam tranqüilos. Calmos, os dois rapazes obdeceram aos comandos dos PMs, levando às mãos a cabeça. Uma chuteira no bagageiro da bike denunciava que os rapazes estavam a caminho da pelada que acontecia em um campo de barro, situado na comunidade de Joana Bezerra. Ao perceber nossa presença, o policial tratou logo de guardar a arma.

E a truculência de quem deveria proteger o cidadão continuou dentro do estádio. No intervalo da partida, torcedores do Náutico e Sport (os que estavam na parte de baixo do setor de cadeiras) trocaram insultos. Com os alvirrubros levando de 2 a 0, alguns membros da Fanáutico - torcida organizada do Náutico - se exaltaram ainda mais. A polícia precisou intervir. O fez, mas de forma aleatória. Quem não tinha nada com a confusão acabou levando spray de pimenta nos olhos. Vários torcedores do Timbu precisaram de atendimento médico. Instrumentos foram apreendidos e pseudo-torcedores alvirrubros foram levados por policiais.

E pensar que no início do jogo tudo transcorria normalmente. Bandeirões estendidos dos dois lados da torcida, muita festa e demonstração de amor às camisas dos clubes. Provocações costumeiras aconteceram, mas sem gravidade. Já em relação à proibição do consumo de bebidas alcóolicas dentro do estádio, alguns torcedores descompriram a lei sem maiores preocupações.

Para disfarçar o teor do líquido, eles usam copo de acrílico na cor vermelha, dificultando a cor do que estava sendo ingerido. Mas bastava olhar para o semblante do cidadão para perceber que ele não estava consumindo refrigerante e muito menos água. Cadê a polícia que não vê isso?