Sport

Final do PE2011

O orgulho de duas multidões

Santa Cruz e Sport se reencontram na final do Estadual cinco anos depois da última decisão entre os dois

postado em 02/05/2011 09:19 / atualizado em 02/05/2011 09:42

Marcel Tito /Diario de Pernambuco

Era o Santa Cruz que estava do outro lado do gramado quando o Sport deu o primeiro passo da sua atual sequência de títulos. Cinco anos e quatro taças depois, é o Santa Cruz que estará no outro lado do campo em mais uma tentativa leonina de acabar com a hegemonia do hexacampeonato estadual. Direito conquistado às custas de quem detém a marca. Ao superar o Náutico na semifinal, ontem, o Rubro-negro garantiu a sua presença na final do PE2011.

A oportunidade bate à porta leonina dez anos após a sua primeira tentativa. Em 2001, o Sport era apontado como favorito ao título. Seria o sexto seguido. Resolveu modificar o elenco. Dispensou atletas que acabaram reforçando o elenco alvirrubro, como Sangaletti e Wallace. Por ironia, o Sport sequer chegou à final. Viu o Náutico sagrar-se campeão após bater o Santa Cruz na final.

Curiosamente, a atual edição do Estadual começou com algumas semelhanças ao de 2001. O alto investimento do Náutico, por exemplo, inclusive em atletas com passagens destacadas pelo rival: Everton, tricampeão pernambucano com a camisa rubro-negra, e Eduardo Ramos, maestro da Ilha do Retiro na temporada passada. O script desta vez foi diferente. Quando viu a ameaça da desclassificação precoce, o Leão resolveu investir. Recontratou Marcelinho Paraíba, que havia deixado o time. Mudou o comando técnico. Renasceu e embalou.

Chance de modificar a história do Estadual, oportunidade de reescrever a própria história. Se o Leão pode acabar com o luxo alvirrubro, o Tricolor tem a oportunidade de dar um passo efetivo no seu renascimento. Justamente diante do rival que “iniciou” o seu calvário. Foi após perder aquele título que o clube coral perdeu o rumo no cenário nacional. Estava na elite. Caiu para a Série B, Série C. Terminou na “D”.

Mais. O Santa Cruz viveu cinco anos sem sentir o sabor de uma decisão. Na edição de 2008, chegou a lutar contra o rebaixamento à Série A2 do Estadual. Disputou o “Hexagonal da Morte”. No ano passado, ainda chegou à semifinal. Não resistiu ao Náutico. De forma surpreendente, começou a temporada arrasador. Superou a desconfiança do torcedor. Reconquistou o respeito dos rivais. E chega à decisão, se não como favorito, com a vantagem de disputar a segunda partida no Arruda, privilégio conquistado com méritos.