Confiança além do Arruda

Pode-se dizer que a reação rubro-negra à derrota por 2 a 0 na Ilha do Retiro para o Santa Cruz, na primeira partida da final do PE2011, foi imediata. Ainda sentado na arquibancada após o apito final de Cláudio Mercante, um rubro-negro quebrou o estado de letargia generalizado: %u201CEu acredito no Sport.%u201D Um pensamento alto, escutado em toda a Ilha do Retiro. Em poucos minutos, a frase invadiu as redes sociais da internet. Tomou conta do lado rubro-negro do estado. Era a confiança restabelecida. Em sete dias transformada em certeza. Convicção na vitória na casa do rival pelo placar que for preciso. Na conquista do hexacampeonato. É assim porque é o Sport. Nenhum desafio, por maior que seja, é capaz de abalar a confiança da torcida leonina. Sempre foi assim e sempre será. Quanto mais os adversários duvidavam, mais o Sport crescia. Quebrava limites e os chavões do futebol. Enfrentava os grandes olho no olho, de forma igual, nunca inferior, por mais desfavorável que fosse a circunstância. Fazia porque tinha a certeza de que era grande. Tinha não. Tem. Nesse contexto, a lembrança de 2008 é inevitável. A desvantagem de 3 a 1 em favor do Corinthians na final da Copa do Brasil, construída no Pacaembu, foi encarada de forma simplória: %u201CBasta um 2 a 0%u201D. Na Ilha do Retiro, no jogo da volta, o 2 a 0 bastou. Na noite de 11 de junho, o Sport conquistava o título mais importante do século do futebol estadual até o momento. O atual desafio é semelhante. Em jogo, um título que é tratado pelo rival Náutico como o mais importante da história do Campeonato Pernambucano. Desde a década de 1960, os rubro-negros escutam os alvirrubros ostentarem que %u201Chexa é luxo%u201D. Mesmo tendo bem menos títulos estaduais, sem qualquer conquista nacional. Orgulho que o Sport, pela segunda vez, tem a oportunidade de encerrar. Na primeira tentativa, há 10 anos, o próprio Náutico impediu o hexa, eliminando o rival na fase classificatória. Desta vez, o Sport atropelou o Timbu na semifinal. Não esperavam, os rubro-negros, serem surpreendidos dentro de casa novamente pelo Santa Cruz. Como não esperavam muitos tropeços em toda a sua história de 106 anos. Quedas sempre minimizadas pelo ego dos leões, mal acostumados por um clube capaz de grandes viradas. Para muitos, consideradas como impossíveis. Para o Sport, meras provações à grandeza do clube, quase sempre transformadas em taças. Como neste domingo.