Nos ombros de Carlinhos Bala

É inegável que a confiança rubro-negra na conquista do hexacampeonato pernambucano, anunciada imediatamente após a derrota para o Santa Cruz, na Ilha do Retiro, surgiu embalada na imagem de Carlinhos Bala. O meia-atacante desfalcou o time naquele jogo. E fez falta em todos os aspectos. Com o baixinho em campo, os torcedores apostam que o roteiro da partida será diferente. Apostam, não. Têm certeza, como de praxe. Mesmo sem entrar em campo, poupado de boa parte dos treinos da semana, Carlinhos começou a fazer a diferença. Na quinta-feira, o atacante rompeu um silêncio que durava quase um mês. Apareceu na sala de entrevistas do clube vestindo uma camisa rubro-negra, que trazia escrito, na frente, a frase: %u201CFaça parte dessa corrente%u201D. Na parte de trás, a hash tag do Twitter: #apoioincondicional. Uma campanha para agradecer o apoio dos torcedores e incendiá-los ainda mais para a partida final. Bala fez isso porque sabe que futebol também se ganha com atos e palavras. Vencedores nasceram assim. E Carlinhos se considera um deles, com propriedade e argumentos. Novamente, revive a lembrança de 2008, do título da Copa do Brasil. Diante da derrota por 3 a 1 para o Corinthians, no Pacaembu, o atacante sentenciou: %u201CO gol de Enilton foi o gol do título%u201D. Anunciou a virada na Ilha do Retiro, inclusive revelada a ele por Deus, como chegou a dizer. Virada que aconteceu uma semana depois. Ao convocar a torcida, na verdade intimá-la, Bala conseguiu elevar o moral de todo o elenco. E assumiu a responsabilidade também de fazer a diferença, lutar até o final pela virada. %u201CO torcedor confia em mim. Peço que ele se faça presente no campo, junto com essa corrente positiva. Aquele que pensa que não vai dar certo fica em casa. Mas enquanto o juiz não terminar o jogo, a esperança vai existir%u201D, disse.