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PE2011

Campeão de arquibancada

Pernambuco celebra um recorde de 1.230.993 pesoas em seus estádios durante o Campeonato Estadual

postado em 18/05/2011 09:08 / atualizado em 18/05/2011 09:11

Cassio Zirpoli /Diario de Pernambuco

Definitivamente, o Campeonato Pernambucano de 2011 está na história. Pelas polêmicas como apagão, tapetão, denúncia de suborno e o “boi”, mas, sobretudo, pelo volume massivo de torcedores nas arquibancadas, motivados por uma disputa muito acirrada. Um número já deixa claro o patamar expressivo desta edição: 1.230.993 pessoas, recorde absoluto segundo a FPF, que contabiliza os dados desde 1990. A média foi de 8.548 pessoas, a segunda maior da história (abaixo de 1998, com 10.895), mas a melhor desta temporada no futebol brasileiro. Em segundo lugar, o badalado e rico Campeonato Paulista não chegou sequer a seis mil pessoas por jogo.

Esse fenômeno de audiência chamado “Pernambuco” mostra a presença de três torcidas populares. Os três maiores públicos registrados no país em 2011 foram no Arruda, sendo dois Clássicos das Multidões e o confronto entre Santa Cruz e São Paulo, pela Copa do Brasil. Santa e Sport, aliás, romperam a barreira dos 20 mil torcedores por jogo, o que não ocorria de forma conjunta desde 1998. A dupla das multidões trava uma batalha particular a cada competição. Nos últimos sete anos, 4 x 3 para o Santa. O próprio Náutico, com 13 mil, estabeleceu a sua melhor marca neste período.

Numa rápida leitura, o motivo seria a campanha promocional Todos com a Nota, certo? Não. A pesquisa mostra exatamente o contrário. Ano a ano, o Estadual vai perdendo a dependência do subsídio do estado. Em 1998, quando a campanha foi criada, ainda na gestão do governador Miguel Arraes, a carga promocional correspondia a 90% dos ingressos. Neste ano, o número foi de 48%. Queda gradativa, com 72% em 2009 e 67% em 2010.

O público pagante, consequentemente, pulou em dois anos de cerca de 211 mil para 556 mil. Com o ingresso cobrado pelo clube é mais caro que o valor pago pelo governo aos clubes, a renda bruta do Pernambucano quase dobrou em dois anos, passando de R$ 6,4 milhões em 2009 para R$ 12,5 milhões. Considerando que o torneio também teve transmissão aberta na TV e pelo pay-per-view, além de um patrocínio oficial (através do naming rights), então podemos, finalmente, apontar que o Pernambucano tem, sim, condições de se tornar atrativo e rentável. Um avanço necessário para todos os clubes locais.