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Segundona

O mapa da Série B

Superesportes mostra com detalhes a distribuição geográfica da segunda divisão nacional

postado em 20/05/2011 09:38

Fred Figueiroa /Diario de Pernambuco

 A concepção de um Campeonato Brasileiro com abrangência realmente nacional só existiu, de fato, na segunda metade dos anos 1970, quando o governo militar inchou a competição chegando ao absurdo número de 93 clubes. Era o tempo do famoso bordão: “Onde a Arena vai mal, um time no nacional”.

 A partir dos anos 1980, com o enxugamento do formato, a distribuição geográfica das vagas foi ficando cada vez mais concentrada. Processo que se tornou irreversível com a criação do sistema de acesso e rebaixamento em 1988. Sem o protecionismo que existia e garantia vagas fixas por estados, o poderio financeiro dos grandes centros econômicos do país prevaleceu, compondo um funil peverso que resultou no cenário atual: apenas 10 cidades, de 9 estados (o único município que não é capital é Santos) têm times na Série A.

A Série B - que em 1971 foi idealizada justamente como uma compensação geográfica, entrou em um processo parecido e paralelamente à sua estruturação e estabilização econômica, foi se tornando cada vez mais concentrada. Por exemplo, em 2011, a Segundona abrange apenas 10 estados. Porém, com uma diferença importante em relação à elite: a interiorização.

Das 17 cidades com equipes na Série B, apenas seis são capitais. Fenômeno que se explica por dois fatores: o trabalho de fortalecimento do futebol do interior de São Paulo feito nos anos 1990 e que criou raízes consolidadas e, ao mesmo tempo, a decadência gradual dos clubes tradicionais de capitais nordestinas com menor poder financeiro. Há alguns anos já não existem mais times de João Pessoa, Maceió, Aracaju, São Luís e Teresina nas duas principais divisões do futebol nacional.  

E é justamente para evitar que o processo de concentração se ramifique, que a CBF criou um formato de disputa nas séries C e D para garantir o equilíbrio, se não estadual, ao menos regional. Pelo modelo atual, os acessos da quarta para a terceira e da terceira para a segunda divisão são dirigidos por regiões. O mesmo acontece com o rebaixamento da série C para a D.