Jogo dos sete erros

Mesmo com a missão fracassada no Campeonato Pernambucano, o Sport chegou à Série B com status de favorito. Elenco e torcidas fortes, tradição e um grande investimento com uma folha salarial acima de R$ 1 milhão são apenas alguns dos fatores que elevam o Leão a tal posto. Tudo na teoria. Dentro de campo, o Rubro-negro ainda não engrenou, principalmente quando atua fora de casa.

Até agora, foram quatro jogos sem sucesso. Três empates e uma derrota. Todos essas partidas, no entanto, deixaram a sensação de que o roteiro poderia ser diferente. Afinal, foi o Sport quem tropeçou nas próprias pernas. Falhas que podem ser resumidas em um "jogo dos sete erros". Se eles não tivessem sido cometidos, o G4 já teria se tornado um fiel companheiro nesta jornada.
 
1 - Falta de empenho
Em agluns momentos, o Sport apaga em campo. Não luta. Não divide as bolas. Depois da derrota contra o Bragantino, no último sábado, o zagueiro Tóbi foi enfático. "Desse jogo, podemos tirar a lição de que se o nosso time não ralar, não for uma equipe de competitividade, não vai a lugar nenhum", disse o jogador.

2 - Finalizações erradas
O Sport tem cometido erros no ataque que custaram caro. No empate em 1 a 1 com Guarani, na segunda rodada, o time mandou alguns chutes para longe do gol no final do segundo tempo. Diante do Bragantino, cometeu os mesmos erros.

3 - Falhas na bola aérea
A desatenção com as bolas alçadas à aérea já renderam grandes problemas para o Sport. Primeiro no jogo contra o Guarani, quando o atacante Fernandão marcou de cabeça. Depois no duelo com o Vitória, que terminou em 2 a 0 para os baianos. Nele, Alison foi quem subiu para fazer o primeiro gol. O último aconteceu com o próprio Bragantino. Após cobrança de escanteio, o atacante Lincom aproveitou uma falha geral da defesa e desviou para balançar as redes.

4 - Aproveitamento da posse de bola
Atuando longe da Ilha do Retiro, foi comum ver o Sport com a bola nos pés durante boa parte dos jogos. Assim foi contra São Caetano, ASA e Bragantino. Os resultados, porém, mostraram que o domínio não foi convertido em gols.

5 - Passes errados
Um time que fica com a posse bola durante muito tempo, obviamente está sujeito a errar muitos passes. Portanto, a atenção precisa ser redobrada para evitar contra-ataques. No Leão da Ilha, contudo, pelo menos dois vacilos custaram caro. Contra o ASA, Marcelinho Paraíba errou ao tentar sair jogando pelo meio. A jogada rendeu o gol advesário. No jogo contra o São Caetano, Igor, que estava improvisado na lateral, tentou sair jogando e tocou errado. Melhor para Diego, que aproveitou a bobeira, avançou e tocou para Antônio Flávio fazer o primeiro gol.

6 - Bola parada
Em jogos bastante truncados e de pouca técnica, a bola parada é uma arma essencial para qualquer equipe. O Sport, contudo, quase não usufruiu desse quesito. Contra o Vitória, Marcelinho Paraíba até chegou a perder um pênalti. De falta, nenhuma vez balançou as redes. Apenas contra o Bragantino, o zagueiro Tobi conseguiu fazer um gol de cabeça após cobrança de escanteio.

7 - Improvisações
Jogadores que atuam foram de sua posição original são alternativas que podem até certo. O fato, porém, é que esses casos são puras exceções. Thiaguinho, por exemplo, desempenhou um bom papel de meia. Apesar disso, os deslocamentos de Igor para a lateral direita e Carlinhos Bala, que atuou como centroavante, renderam problemas e reclamações da torcida do Sport.