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Goleiro do Sport que cometeu agressão concede entrevista na Iha do Retiro

Atleta vai ter dez dias de descanso com a família em Alagoas antes de iniciar o tratamento psicoterapêutico. Clube suspendeu temporariamente o contrato, mas negou abandono

postado em 28/07/2011 18:11 / atualizado em 28/07/2011 22:26

Rodolfo Bourbon /Diario de Pernambuco

Câmeras, flashes, microfones e várias perguntas sem respostas concretas. Nem o próprio Gustavo Pereira de Lima soube responder o porquê da desleal voadora sobre o adversário vascaíno, durante partida da Taça Belo Horizonte de Juniores, última segunda-feira. Em entrevista coletiva cedida durante a tarde desta quinta-feira, a primeira desde a chegada ao Recife, o jovem goleiro do Sport, de apenas 18 anos, manteve o semblante cabisbaixo. O sentimento de culpa. O comportamento de esquiva, após tanta repercussão negativa.

Junto ao jovem arqueiro, o psicólogo Murilo Toledo, o diretor de futebol dos juniores Edgar Monteiro, o diretor das categorias de base Marcos Amaral e o assessor de imprensa Amaury Veloso. Todos funcionários do Sport. O clube suspendeu temporariamente o contrato do atleta. Mas negou abandono. "Gustavo vai voltar à cidade onde mora a família (Marechal Deodoro, interior de Alagoas) e passar uma semana, uma semana e meia para descansar e esfriar a cabeça. Depois, volta ao Recife para dar início ao tratamento", explicou o psicólogo Murilo Toledo.

O diretor Marcos Amaral evitou falar de prazo. "O mais importante, agora, não é a questão contratual, mas sim, a recuperação do atleta. Mesmo se rescindirmos o vínculo, vamos prestar assistência. Prazo, quem vai dar, é o próprio Gustavo", declarou o dirigente, dando sinais de possibilidade de segunda chance ao goleiro. "O Sport não concorda com a atitude e não vai deixar impune. Mas temos a obrigação de cidadã de erguer a carreira dele, que deve seguir, seja aqui ou em outro clube. O que não podemos fazer é jogá-lo na rua para ser mais um marginal", opinou.

Indiciado por tentativa de homicídio doloso na delegacia de Barão de Cocais, em Minas Gerais, cidade sede da competição de juniores, Gustavo se mostrou mais tranquilo, depois da garantia de assistência jurídica. E prometeu empenho para se reabilitar. "Isso nunca aconteceu comigo antes. Tenho sonho de ser jogador de futebol. Sei que errei. Sou forte e não vou baixar a cabeça. Vou colocar a cabeça no lugar e dar a volta por cima. Vocês vão ver", prometeu.