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A Maldição do Clássico

Nos últimos cinco anos, cinco treinadores foram demitidos após o encontro de Náutico e Sport no Brasileiro

postado em 09/08/2011 09:21 / atualizado em 09/08/2011 09:24

Lucas Fitipaldi /Diario de Pernambuco

Uma coincidência tem marcado o Clássico dos Clássicos no Campeonato Brasileiro. Desde 2006, inevitavelmente o técnico de algum rival perde o emprego após um desses encontros. O tom da sina – ou maldição – que começou alvirurbro passou a ser rubro-negro nos últimos anos. A partir da queda de Emerson Leão em 2009. Os ex-alvirrubros Paulo Campos, Paulo César Gusmão e Leandro Machado o antecederam. Mazola Júnior chega numa situação muito semelhante à de Cerezo no ano passado: estreante e pressionado. Aquele foi o primeiro clássico de Cerezo em Pernambuco. O desta terça-feira será o primeiro de Mazola, que tenta afastar a pressão com otimismo.

No retorno da delegação rubro-negra após a derrota para o Boa Esporte, em Minas Gerais, Mazola se disse tranquilo e ainda mandou um recado ao rival. A declaração repercutiu: “O Leão está ferido, morto não. Agora o jogo será na jaula.” A confiança ganha respaldo nos números. Apesar do aproveitamento inferior ao do antecessor Hélio dos Anjos, o ex-interino contabiliza três vitórias e apenas um empate em quatro jogos na Ilha do Retiro.

A força do estádio rubro-negro é a carta na manga do ex-interino. Uma vitória do Sport deve dar sobrevida ao já questionado Mazola. Derrota, ou até mesmo empate, a depender das circunstâncias, deverão confirmar a sina dos últimos cinco anos.

Outra coincidência em relação ao clássico que determinou a queda de Cerezo é a situação confortável do técnico alvirrubro. Waldemar Lemos chega em momento parecido ao vivenciado por Alexandre Gallo, ano passado. Ainda mais incontestável, pode-dizer. Bastante questionado ao ser anunciado para substituir Roberto Fernandes, Waldemar tem calado os críticos.

Não é injusto tratá-lo como principal responsável pela boa campanha do Náutico nesta Série B. Ele tem tirado o máximo de cada jogador. Além disso, tem sido hábil para contornar os problemas financeiros do clube, sendo capaz de fazer o time render mesmo com os rotineiros atrasos de salário. Isso sem falar na ausência dos reforços. Nenhum resultado será capaz de abalar a situação do técnico alvirrubro. Já Mazola depende diretamente de um dos três possíveis.

As cinco vítimas

21/10/2006 - Paulo Campos
Sport 2 x 0 Náutico
No ano em que voltaram juntos à Serie A, os rivais deram início à maldição dos técnicos demitidos após o Clássico dos Clássicos.Em sua melhor fase no Sport, Fumagalli marcou os dois gols da vitória rubro-negra. O técnico alvirrubro Paulo Campos, que já vinha sendo alvo de críticas pela torcida, não resistiu à derrota para o rival e acabou demitido, dando lugar a Hélio dos Anjos.

28/6/2007 - PC Gusmão
Sport 4 x 1 Náutico
Os dois times estavam em situação delicada na Série A. A vitória impulsionou o Leão para o distanciamento da zona de rebaixamento. O resultado teve efeito contrário para o Náutico, que demitiu o técnico PC Gusmão e cinco jogadores: Marcel, Gléguer, Baiano, Cris e Beto.

13/7/2008 - Leandro Machado
Náutico 0 x 2 Sport
Carrascos do Náutico, o atacante Carlinhos Bala e o zagueiro Durval marcaram os gols que levaram o Sport à vitória e, consequentemente, fizeram a diretoria alvirrubra a demitir o técnico Leandro Machado na ressaca pela derrota.

26/7/2009 - Emerson Leão
Sport 3 x 3 Náutico
Após o empate na Ilha do Retiro, a diretoria do Sport demitiu o técnico Emerson Leão. A saída, porém, teve como estopim o choque do treinador com os dirigentes relacionado ao interesse rubro-negro em Marcelo Ramos. A cúpula leonina, porém, destacou na época que a decisão também levou em consideração os resultados em campo.

07/08/2010 - Toninho Cerezo
Náutico 1 x 1 Sport
Depois de um breve início animador, Toninho Cerezo chegou ao seu primeiro clássico pressionado pela campanha medíocre à frente do Sport. O empate foi o motivo que a diretoria rubro-negra esperava para ir buscar Geninho, demitido seis meses depois após uma derrota em outro clássico, o das Multidões, contra o Santa Cruz.