Sport x Náutico: Rivalidade máxima

Quantificar uma rivalidade seria impossível. Mas também seria um erro ignorar que, nos últimos dez anos, a rivalidade centenária entre Sport e Náutico tornou-se -, senão a maior do estado - pelo menos, a mais intensa. Na última década - disputando sempre as mesmas divisões do Campeonato Brasileiro - os dois clubes passaram a se enfrentar, regularmente, nos dois semestres de cada ano. O resultado desta maratona de jogos foi o desequilíbrio na balança dos clássicos. Um cenário acentuado pelos rebaixamentos do Santa Cruz para as Séries C e D. Neste domingo, Sport x Náutico farão o 43º duelo desde 2002, enquanto os outros dois clássicos estaduais aconteceram apenas 31 vezes.

Essa diferença trouxe inevitáveis consequências dentro e fora de campo. Na última década tornaram-se comuns as inflacionárias disputas na contratação de reforços e a constante troca de farpas entre dirigentes dos dois lados - culminando com as denúncias de suborno no fatídico caso Eduardo Ramos.

O primeiro clássico de 2012 é mais um capítulo desta rivalidade que atravessa gerações. O capítulo 505 de toda a história. Os números do passado são favoráveis ao Sport. Nos últimos 10 anos foram 19 vitórias e 12 derrotas. Na Ilha, então, a diferença cresce: 12 vitórias e apenas uma derrota.

Dentro desta vantagem está o maior tabu já construído pelo Sport em cima do rival: há 16 jogos o Náutico não sai vencedor do estádio rubro-negro. E caso o Leão não seja derrotado outra vez, vai igualar o tabu alvirrubro dos anos 1960. Foram 17 partidas sem vitória do Sport nos Aflitos.

Se o passado entra em campo vestindo rubro-negro, o presente está do lado alvirrubro. O Náutico terminou 2011 e começou 2012 com um futebol superior ao do arquirrival. Os números deste Estadual dispensam análises subjetivas: 100% de aproveitamento, sete gols marcados e nenhum sofrido. Tem a melhor defesa do Campeonato. Melhor time.

O jogo - De qualquer forma, o início arrasador do Náutico na temporada será posto em xeque neste domingo. Nos quatro primeiros jogos, apenas o Araripina impôs alguma dificuldade ao time. Por isso, Waldemar Lemos não deve arriscar. O Timbu entrará em campo com uma estrutura tática convencional, baseada em um meio-de-campo consistente, com três volantes e dois meias.

Já o Sport ainda não tem um padrão de jogo 100% definido, mas deve repetir o esquema que deu certo nas duas últimas rodadas, com três zagueiros (ainda que um deles seja o volante Hamilton) e o atacante Marquinhos improvisado como ala-esquerdo. O jogo também pode ser um divisor de águas para o técnico Mazola, que começou o ano sob desconfiança. E um clássico, como sempre, muda o curso da história.