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Pernambucano

Bronca presidencial

Gustavo Dubeux exige mais empenho do elenco do Sport, inclusive de quem está contundido

postado em 10/02/2012 09:07

A derrota para o Ypiranga, em plena Ilha do Retiro, não entrou na conta como mais um tropeço na campanha do Sport no Estadual. Sem criatividade e poder de fogo na linha ofensiva, o Leão acabou surpreendido por 1 a 0. No dia seguinte, uma bronca grande. E diretamente do presidente. Conhecido pelo tom moderado, Gustavo Dubeux se reuniu com todo o elenco por 30 minutos. Foi a primeira vez neste ano em que o dirigente “solicitou” uma reunião a portas fechadas com o plantel, que segue sob o comando de Mazola Júnior. De cara, o mandatário pediu mais empenho, inclusive àqueles jogadores presentes no departamento médico, deixando claro o tamanho do grau de cobrança.

“Não sou o tipo de dirigente que vai sempre em vestiário falar com jogador. Quando vou é para cobrar mesmo, pois não podemos perder partidas assim para um time menor, com todo o respeito ao Ypiranga”, disse o dirigente. De fato, a folha do elenco do Sport é de cerca de R$ 1,2 milhão. A despesa mensal da Máquina de Costura não passa de R$ 110 mil.

“Todos os jogadores que chegaram aqui foram os primeiros da nossa lista. Oferecemos tudo aqui, pagamos bem e fazemos a nossa parte. Quando você tem vários jogadores no DM (departamento médico) e pede mais prudência para voltar, é preciso ter um pouco mais de sacrifício. Não estou pedindo para ninguém jogar machucado. Mas não pode ficar de fora por qualquer dorzinha”, disse Dubeux, sem citar nomes, obviamente, mas visivelmente chateado com os inúmeros desfalques por conta de lesão.

O dirigente também bateu na tecla da “responsabilidade”, reforçando o pedido por comprometimento para o grupo na campanha do título estadual. Além de Dubeux, também falaram o diretor de futebol Guilherme Beltrão, o superintendente de futebol, Cícero Souza, e o próprio Mazola, que após a primeira reunião ainda ficou mais 40 minutos com o presidente.

Com o direito a palavra no fim da reunião, nenhum jogador quis falar. “Demos a oportunidade e ninguém quis falar. Quem cala consente”, disse Dubeux, encerrando o assunto. Enquanto isso, a permanência de Mazola chegou a ser questionada à tarde. Contudo, o treinador subiu às 16h53 para o campo principal da Ilha, onde os atletas que não atuaram contra o Ypiranga disputavam um rachão. Sozinho, o comandante se dirigiu ao lado do campo e falou rapidamente com o preparador físico Tacão. Logo depois, acabou o treino.

Amanhã, o Leão abre a 9ª rodada contra o Porto, novamente em casa. Mesmo mantido, o treinador ainda vive sob pressão, como deixou nas entrelinhas o presidente do Sport. “Futebol é resultado e não garanto nem a minha permanência. Eu mesmo não sei se vou estar vivo amanhã.”