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Ilha do Retiro

Qual é a cara do Sport?

Eliminação para o Paysandu expôs, de novo, as fragilidades técnicas e táticas

postado em 13/04/2012 08:33 / atualizado em 13/04/2012 08:44

Celso Ishigami /Diario de Pernambuco

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Em meio à desastrosa eliminação do Sport diante do Paysandu, uma constatação saltou aos olhos de estupefatos rubro-negros. Após 24 partidas e 27 gols sofridos, veio a certeza de que o Leão está longe de ter um time. O grupo, que sofreu uma profunda reformulação após a conquista do acesso, ainda não encontrou uma identidade tática. Muito da atual liderança no Pernambucano deve-se a desempenhos individuais e ao baixo nível técnico do Estadual. No centro da polêmica, o técnico Mazola Júnior.

A permanência do treinador no comando técnico da equipe foi contestada mesmo após a surpreendente conquista da vaga à Série A. Enquanto muitos alegavam que o triunfo era justificativa suficiente para tanto, uma minoria enxergava na falta de experiência um obstáculo grande demais para ser superado num ano tão importante. E ao lado do diretor de futebol Cícero Souza, veio a reformulação do grupo.

Desde o início da temporada, o Sport nunca conseguiu encontrar um equilíbrio entre os setores. Nas primeiras partidas, o problema era com o sistema defensivo. Quando esta questão foi solucionada, veio o apagão do ataque. E o pior estava por vir. Nos dois confrontos com o Paysandu, nada funcionou. Na última quarta-feira, justamente quando o time mais precisou – e estava pela primeira vez pressionado -, o pior desempenho do ano.

Ali, Mazola, que já havia testado o 4-4-2, o 4-3-3 e o 3-5-2, sem que o time rendesse o esperado em qualquer um destes esquemas, voltou à primeira opção. E como antes, o Sport voltou a apresentar falhas inadimissíveis. A principal delas, a ausência de uma identidade tática, que permitisse que as qualidades individuais dos atletas transformassem o grupo em uma equipe competitiva. Perdido na partida, o time não conseguia sequer sair com a bola dominada do seu próprio campo.

O cenário ficou ainda mais complicado depois do surgimento dos rumores de que o treinador já não tem o comando do grupo e de que há rachas tanto no elenco quanto na diretoria de futebol. A própria entrevista coletiva de Mazola, após o vexame na Ilha, sugere essa interpretação. Ele expôs fragilidades do seu grupo, atingindo principalmente os jogadores menos experientes do elenco.

O episódio do atraso de Marcelinho também deixou arestas. Antes mesmo da eliminação na Copa do Brasil, já havia dirigente fazendo críticas públicas e expondo o descontentamento com o meia e, internamente, com a postura do presidente Gustavo Dubeux – cogitando, inclusive, a possibilidade de o dirigente entregar o cargo. Problemas que deixam a situação cada vez mais delicada.