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PE2012

Instituições pouco organizadas

Veto às torcidas organizadas expõe desentrosamento entre entidades

postado em 20/04/2012 08:50 / atualizado em 20/04/2012 08:58

Redação Superesportes /Diario de Pernambuco

As brigas e depredações envolvendo Jovem e Inferno Coral, no último domingo, motivaram diversas instituições do estado a dar sua contribuição para combater a violência provocada por membros de torcidas uniformizadas. Tanta mobilização, no entanto, não mostrou só boa vontade para resolver a questão. Revelou, também, que Ministério Público, Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Polícia Militar e Juizado Especial do Torcedor de Pernambuco (Jetep), entre outros órgãos, não andam falando a mesma língua.

Ontem, a FPF divulgou nota esclarecendo que não tinha autonomia para barrar as organizadas dos quatro semifinalistas do Estadual, incluindo a Fanáutico, mas somente aquelas que se envolveram nos recentes episódios de violência. O documento foi escrito em tom de resposta ao promotor Ricardo Coelho, que, na segunda-feira, recomendara o veto a todas as uniformizadas. Segundo ele, ao punir apenas a Inferno Coral e a Jovem, a entidade organizadora do futebol local assumiu a responsabilidade por qualquer ato criminoso das demais uniformizadas.

Em trecho da nota, a FPF declara: “Referida recomendação causou estranheza, uma vez que a 19ª Promotoria tem conhecimento de que a FPF, entidade privada, dirigente do futebol estadual, não tem poderes para adotar todas as medidas recomendadas. Também surpreende o fato da Promotoria fazer dita recomendação à FPF, quando a competência maior e a prerrogativa legal de adotar medidas solicitadas é da própria Promotoria”.

Nesta semana, o juiz Aílton Alfredo de Souza reclamou que poucas ocorrências envolvendo torcedores uniformizados chegam ao Jetep. A PM respondeu dizendo que usa o “bom senso” para liberar alguns torcedores envolvidos em atos de menor gravidade.