Mazola acostumado com as críticas

Mazola Júnior corre risco de não colher os louros da vitoriosa campanha de acesso à elite do Brasileiro. O Estadual entre a Série B de 2011 e a Série A e 2012 é quem pode determinar a permanência ou a saída. O técnico rubro-negro sabe do alto custo a ser pago em caso de perda de título, seja durante a final ou, pior ainda, já nesta semifinal. O treinador sempre conviveu com as críticas e a desconfiança da torcida.

Quando assumiu o cargo, a princípio como interino, depois do período como o professor das categorias de base, enfrentou os olhares de desdém. Quando reassumiu o posto, após a queda de PC Gusmão, as mesmas suspeitas. Até mesmo quando se manteve à frente do time neste Pernambucano, depois do maior triunfo. Mas nunca balançou tanto como depois da eliminação vexatória contra o Paysandu.

Os ouvidos do treinador zuniram durante o último duelo da Copa do Brasil. Mais de dez mil vozes contrárias às decisões do técnico. Coro de “burro, burro”. A maioria pediu a “cabeça” do comandante. Mas a recente vitória sobre o Santa Cruz serviu como bolsa de oxigênio para dar mais fôlego. Pensamento do próprio presidente do clube. “Se o Sport perdesse o clássico, a demissão seria inevitável. Porque futebol vive de resultado”, declarou Gustavo Dubeux, poucas horas depois da partida.

Em cima da corda bamba e vendo o nome de Paulo César Carpegiani ser cada vez mais ventilado nos bastidores, Mazola mantém o equilíbrio. Deve repetir a escalação da equipe do último clássico. Sem “invenções”, os improvisos dos quais reclamam muitos rubro-negros. O treinador, em contrapartida, possui parte dos méritos por guiar o time à Série A e ser líder da primeira fase do PE2012. O técnico impõe respeito aos jogadores. Cobra bastante e sabe dialogar. Deu oportunidade para quase todos. Bem como acolheu atletas em baixa conseguiu os recuperar, exemplos do lateral direito Moacir e do atacante Willians. Aposta as fichas e dá moral a jogadores essenciais como Hamilton e Marcelinho Paraíba.

Outra virtude é a frieza. Mesmo em meio à avalanche de contestações, Mazola não aparenta perder o sono. Fator primordial para quem precisa vencer quatro jogos de extrema dificuldade caso queira o título. E o emprego.

FICHA

Nome: Uiles Geraldo Gonçalves de Freitas Júnior
Idade: 47 anos
Naturalidade: Campinas (SP)
Aproveitamento no PE2012: 75,7%

Ponto Forte

Relacionamento com o grupo, tanto com a questão disciplinar, quanto com a recuperação de atletas em baixa, como Moacir e Willians.

Ponto Fraco

O time rubro-negro peca por fazer quase sempre o “feijão com arroz”. Faltam criatividade tática e jogadas ensaiadas.