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Pernambucano

Os inúmeros tabus do Náutico na Ilha

Vitória simples não basta, pois Timbu precisa ganhar por 2 gols de diferença

postado em 24/04/2012 08:28 / atualizado em 24/04/2012 08:47

Teresa Maia/DP/D.A Press

Já se passaram oito anos desde a última vitória do Náutico sobre o Sport na Ilha do Retiro. Um longo tabu que acabou se transformando em fantasma para o time de Rosa e Silva nos últimos tempos, a ponto de no último duelo no estádio, nesta temporada, os atletas alvirrubros terem admitido a orientação interna para  evitar a pressão nos primeiros 15 minutos, para não ser engolido pelo Leão. Pois foi isso que aconteceu, com o Rubro-negro abrindo 3 a 0 justamente na faixa de tempo prevista. O Alvirrubro reagiu, mas não evitou mais um revés, por 4 a 3. Foi a décima vitória do Sport nesta sequência invicta em casa, com 17 jogos ao todo. No próximo domingo, apenas uma vitória alvirrubra por dois gols colocará o time na decisão do Estadual.

Curiosamente, foi também o ano do último título do clube. Ao Sport, a tranquilidade para sustentar a marca e se garantir na finalíssima, em busca da 40ª taça. Tabu que pesa de um lado e que aumenta a responsabilidade do outro nesta reta final.

A história, contudo, se torna ainda mais ingrata para o Náutico caso o status decisivo do jogo seja equiparado ao último triunfo do clube na casa do adversário. Faz tempo. Há quase 20 anos o Sport não sabe o que é perder em casa um confronto eliminatório para o rival centenário. Dados considerando finais, semifinais, turnos, Pernambucano, Nordestão, Brasileirão etc. Em qualquer ato, a mesma festa desde então, vermelha e preta.

Alvirrubro
O derradeiro sucesso timbu foi em 1993, na final do primeiro turno do Pernambucano. Foi a última formação do Leão antes da chegada de uma geração de destaque revelada nas categorias de base, com Juninho, Chiquinho, Adriano e Leonardo. No Timbu, Lúcio Surubim ainda era titular absoluto na defesa. Pois o Alvirrubro fez 2 a 1 e se garantiu na final. Seria vice-campeão, com um gol do tricolor Célio nos minutos finais.

Outro grande entrave histórico para Alexandre Gallo esta semana é que a marca necessária é ainda mais antiga do que se imagina. Data de 1965, na geração do hexa. Faz 47 anos que o Náutico não derrota o Sport na Ilha em um jogo decisivo por pelo menos dois gols de diferença, o contexto absoluto para a ocasião no presente, após a vitória leonina nos Aflitos, por 2 a 1, com gols de Marcelinho Paraíba. A vantagem do Sport era boa. Ficou ótima.

Mas, de todo mundo, vale a lembrança. O calendário volta até 12 de dezembro de 1965. Em campo, o Alvirrubro entrava com uma escalação inesquecível para os seus fanáticos. Na linha de frente, o time era composto por Nado, Bita, Nino e Lala. No meio, o maestro Ivan Brondi. Foi, também, a última vez em que o Náutico deu a volta olímpica na Ilha do Retiro. O jogo acabou em 2 a 0. São capítulos empoirados como esse que mostram que ainda é possível para o Náutico, enquanto o tabu vigente só faz encher o Rubro-negro de confiança.