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Clássico

Chega o feriado e não chega domingo

Torcedores de Sport e Náutico sofrem com a ansiedade pré-clássico, comum na véspera de jogos decisivos

postado em 28/04/2012 09:04 / atualizado em 28/04/2012 09:21

Celso Ishigami /Diario de Pernambuco

Helder Tavares/DP/D.A Press
É inevitável. Em dias como esses, os portadores desta patologia precisam desprender um esforço hercúleo para executar até mesmo as tarefas mais simples. Os minutos se tornam mais longos e o sono custa a chegar. Do nada, os pensamentos viajam até o foco do problema, acompanhados sempre de uma sensação de aperto no peito. A boa notícia é que estes sintomas desaparecem com um apito. Específico, é bom que se diga. A ansiedade pré-clássico é um mal que assola torcedores apaixonados em períodos que antecedem partidas decisivas. Neste caso, o Sport x Náutico que define o primeiro finalista da edição 2012 do Pernambucano. Por isso, não se preocupe. Você não está sozinho e vai ficar bem assim que a bola começar a rolar.

O mal aflige rubro-negros e alvirrubros indiscriminadamente, não importando o sexo ou a idade. “Pacientes” ligados por um dos clássicos mais tradicionais do futebol - recentemente, a Fifa acrescentou o confronto à seção das maiores rivalidades clubísticas do mundo. Casos do veterinário Marco Granja, rubro-negro, e do corretor de automóveis Joaquim Barreto, alvirrubro. Torcedores comuns e rivais ocasionais, eles compartilham alguns dos sintomas descritos anteriormente. “Eu não penso em outra coisa. Já acordei na segunda-feira querendo que fosse domingo”, relata Granja. “Parece que a semana demorou mais para passar. Faz tempo que estou contando as horas pro jogo começar”, testemunha Joaquim.

Há ainda outras semelhanças entre os dois casos. Ambos, por exemplo, apresentaram rompantes de otimismo e pessimismo, sem uma lógica aparente. “Se eles não conseguiram ganhar da gente em casa, imagine na Ilha do Retiro”, destacou Granja, que testemunhou a vitória do Sport nos Aflitos. O rubro-negro, porém, faz uma ressalva. “Mas o Náutico é um adversário complicado e se Marcelinho estiver num dia ruim, as coisas podem se complicar.”

O fato de o Sport poder perder por um gol de diferença e ainda assim ficar com a vaga é um dos motivos da insônia de Joaquim. “Tenho consciência de que é uma situação muito difícil pro Náutico e isso acaba mexendo com a confiança do torcedor”, admite. “Mas acho que os jogadores estão chegando pra esse jogo com uma motivação extra. Nos Aflitos, mostramos que temos condições de ganhar esse jogo”, justifica.

Independentemente do resultado do jogo, as aflições de Granja e Joaquim têm hora para acabar. Ambos, é claro, esperam que a ansiedade dê lugar a euforia pela conquista da vaga na final, mas é certo que um deles terá uma recuperação mais dolorosa.