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Final

Se perder, o treinador cai?

Final pode determinar permanência ou demissão de Mazola e Zé Teodoro

“O emprego mais instável do mundo”. É o que costumam dizer sobre a profissão de treinador de futebol. É difícil achar um técnico que seja unanimidade hoje em dia. Ele pode ter resultados dentro de campo, mas ainda assim ser questionado pela torcida. Basta uma escalação que os torcedores considerem equivocada ou uma substituição polêmica e a arquibancada começar a reclamar. O grito mais temido e mais escutado: “Burro, burro!”.

Os dois técnicos presentes na final do Campeonato Pernambucano são o retrato dessa situação. Mazola pelo Sport e Zé Teodoro pelo Santa Cruz chegaram onde chegaram e, mesmo assim, não se livraram das críticas. Tiveram que conviver com elas. Ouvir os gritos das arquibancadas e digeri-los. O jeito foi se virar para o gramado e se concentrar lá.

Pode parecer contraditório, mas apesar de chegarem à fase final do Estadual como líder e vice-líder, respectivamente, Mazola e Zé Teodoro tiveram uma trajetória de instabilidade. O comandante do Sport chegou ameaçado de perder o emprego em praticamente todos os clássicos, mas os resultados nessas partidas o salvaram. Teve até um substituto engatilhado: o nome de Paulo César Carpegiani circulou e, comenta-se, ainda circula, pela Ilha do Retiro.

Os principais questionamentos quanto a Mazola são as escalações, substituições e há quem critique até a formação do banco de reservas. A falta de experiência na carreira como técnico é outro forte motivo para as críticas. O treinador rubro-negro assumiu a equipe ano passado, após ser interino, ser efetivado e substituído por PC Gusmão. Até onde se sabe, tem a confiança do presidente Gustavo Dubeux, responsável por bancá-lo nos momentos de maior pressão.

Questionado
Zé Teodoro também teve um pico de insatisfação na temporada. Os resultados do Pernambucano podem até ter contribuído, mas a eliminação da Copa do Brasil para o Penarol/AM, em pleno Arruda, foi decisiva para o questionamento da presença do treinador no cargo. Após a partida, a torcida pediu a saída do técnico, mas o presidente Antônio Luiz Neto assegurou a permanência dele.
A partir dali, o Santa emplacou uma recuperação no Estadual, corroborando a decisão do presidente. Isso, no entanto, não livrou Zé Teodoro de continuar sendo questionado. No jogo que garantiu a passagem para a final, contra o Salgueiro, no Arruda, ele voltou a ouvir o coro de “burro” das arquibancadas, ao colocar André Oliveira na vaga de Anderson Pedra, quando vencia por 2 a 1. Após o episódio, o treinador ameaçou deixar o clube ao fim do PE2012.


O certo é que os questionamentos que perseguiram os treinadores até agora não vão cessar nas finais. As escalações de Mazola continuarão a ser contestadas, assim como as substituições de Zé Teodoro. E, ao final da disputa, podem sofrer com o pior. Se antes conseguiram manter seus empregos, podem não resistir à perda de um título. Pelo que foi dito até o momento, porém, a depender das circunstâncias, nem mesmo se o conquistarem.