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PE2012

O que Sport e Santa Cruz precisam melhorar para a decisão na Ilha do Retiro

Times devem mudar de postura para o duelo final da competição

postado em 07/05/2012 08:19 / atualizado em 07/05/2012 08:25

Redação Superesportes /Diario de Pernambuco

Helder Tavares/DP/D.A Press
Em 2011, quando foi campeão estadual, o Santa Cruz atuou durante toda a competição na base dos contragolpes. Cansou de esperar a exposição do adversário e só aí atacar, de forma letal, com Gilberto e Landu. Este ano, o Tricolor mudou a postura, pelo menos para essa decisão, contra o mesmo rival. Zé Teodoro não titubeou e resolver arriscar em seu reduto, com mais de 44 mil pessoas. Tentou se postar de forma mais ofensiva, apesar do desempenho a desejar das duas equipes. Curiosamente, encarou um Leão se portando também de maneira inversa à última edição do Estadual.

O técnico Mazola Júnior não teve o menor pudor de armar o time com três zagueiros e três volantes. Pesou tanto para um quanto para o outro a vantagem na final, algo inédito desde que o Campeonato Pernambucano adotou a fórmula atual, com semifinal e final. De fato, jogar por dois resultados iguais fez com que o Rubro-negro tivesse mais interesse em conter o adversário do que buscar uma vantagem ainda maior. Conseguiu o que queria, atraindo para a “jaula” o desfecho deste conturbado PE2012.

No próximo domingo, quem sabe, a pegada do Sport seja diferente. Quanto a Zé, a formação adotada ontem pode ter ficado em xeque, uma vez que o contexto será bem diferente na Ilha do Retiro. Se for para inventar algo taticamente, Zé e Mazola só têm mais uma chance. Vale a taça.

Santa Cruz

Defesa

Os defensores corais não tiveram tanto trabalho. Vágner e William Alves cercaram bem Jael e Jheimy, cedendo poucos espaços, até porque o rival chegou pouco lá na frente. Vágner foi o protagonista dos dois principais lances do jogo. No primeiro, perdeu um gol feito, com a meta vazia. Depois, viu Jael se desvencilhar na grande área e quase marcar. Na Ilha, a dupla deverá ter um papel mais efetivo, caso o Sport se apresente com uma proposta mais aberta.

Meio-campo

Zé Teodoro surpreendeu ao escalar o Tricolor com dois meias de ligação: Luciano Henrique e Natan. No entanto, ambos estiveram numa tarde pouco inspirada, sobretudo LH, um tanto sem fôlego. Natan, bem marcado, encostou pouco no ataque. O desempenho da dupla deve colocar uma dúvida em Zé quanto ao esquema tático para a finalíssima, entre a volta do precavido 3-5-2, o seu preferido, e um time mais ofensivo, em busca da vitória.

Helder Tavares/DP/D.A Press
Ataque


Artilheiro do Estadual, Dênis Marques passou em branco. Recuperado da lesão no pé, DM9 correu bastante, procurando tabelas. Finalizou poucas vezes, de fora de área. Não teve “a” chance. Vale lembrar que sempre que ele fez gol no PE2012, e foram 14, o Santa venceu. O seu companheiro no ataque, Flávio Caça-Rato foi a boa surpresa. Um batalhador. A entrada de Carlinhos Bala na etapa final só mostra que Geilson é uma opção melhor no banco.

Sport

Defesa

O trio de zagueiros esteve muito bem na partida. Edcarlos, Tobi e Bruno Aguiar foram bem tanto nas bolas altas quanto nos desarmes. Em alguns momentos, faltou atenção, principalmente na marcação e ao tirar a bola da área. O Tricolor se aproveitou dos rebotes. O mais rápido da zaga, Tobi será desfalque certo na Ilha, após o terceiro amarelo. Se Mazola mantiver o esquema, Ailson, pouco aproveitado este ano, deverá completar o 3-5-2.

Meio-campo

Hamilton e Rivaldo foram dois verdadeiros leões em campo, com uma marcação dura. Em alguns momentos, abusaram das faltas, mas sem deslealdade. A marcação apertada foi contrastada com a ineficiência na criação de jogadas. Novamente com o papel solitário, Marcelinho Paraíba não recebeu a marcação cerrada de outros Clássicos das Multidões, mas esteve um pouco apático e foi substituído. Segue como peça-chave para o próximo domingo.

Ataque

O Leão praticamente abdicou do ataque no Arruda. A dupla Jheimy e Jael foi pouco acionada, até mesmo pela falta de peças ofensivas no Sport. Jheimy chegou a tentar buscar o jogo antes de ser substituído. Enquanto isso, Jael, fixo na grande área, teve apenas uma oportunidade. Quase marcou, diga-se. A tendência na Ilha é que o ataque seja mantido, desde que seja mais municiado. A bola parada de Marcelinho não foi uma arma dessa vez.