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Série A

Retrospecto dos times pernambucanos na era dos pontos corridos assusta

Chegando na sua 10ª edição, sistema tirou a estabilização dos times locais

postado em 17/05/2012 08:18 / atualizado em 17/05/2012 09:27

Brenno Costa /Diario de Pernambuco , Yuri de Lira /Diario de Pernambuco

HEITOR CUNHA/DP/D.A PRESS
A partir do próximo fim de semana, o Campeonato Brasileiro inicia a sua 10ª edição no sistema de pontos corridos. Com ela, também começa uma luta dos times pernambucanos contra o retrospecto extremamente desfavorável. Afinal, desde que o formato foi implantado, o estado só acumula decepções. Em cinco anos, ficou sem representantes na elite. Nas vezes em que participou, não conseguiu terminar a disputa entre os dez primeiros colocados. Campanhas que expõem que o futebol local ainda está atrasado e não encontrou a receita para se firmar no cenário nacional.

Os motivos para as vacas magras podem ser divididos em dois aspectos. Primeiro, o mais forte. A questão econômica já deixa Sport e Náutico na zona de rebaixamento. Maior parte da renda dos clubes, o sistema de distribuição das cotas de televisionamento privilegia as equipes do eixo Sul-Sudeste. Enquanto o Timbu receberá cerca de R$ 18 milhões, por exemplo, o Flamengo encherá os cofres com R$ 84 milhões. O Leão da Ilha, por sua vez, arrecadará R$ 30 milhões. Vale ressaltar que esses números não são confirmados oficialmente pela rede que detém os direitos da competição.

Fato é, contudo, que a disparidade financeira gera disparidade técnica. Enquanto os mais ricos conseguem repatriar jogadores que estiveram na última Copa do Mundo, como Luís Fabiano, no São Paulo, e Elano, no Santos, os primos pobres sofrem para contratar seus reservas. Além da diferença entre os elencos, os clubes locais também ficam para trás na questão da estrutura. Enquanto a maioria dos times possuem Centros de Treinamento de excelente nível, Sport e Náutico, que retornam para a elite, ainda estão finalizando os seus projetos.

Elencos
Aliado ao fator financeiro, o outro aspecto que causa apreensão entre as torcidas é a montagem dos elencos. As últimas nove edições do Brasileirão mostram que é possível montar um time forte sem ser rico. A equipe do Figueirense, no ano passado, ensinou isso. Mas, a dois dias da estreia na Série A, as diretorias alvirrubra e rubro-negra correm contra o tempo para dar uma nova cara ao time após suas frustrações no Estadual.

Até agora, o clube da Rosa e Silva já contratou dez peças. A maioria, jogadores experientes. Situação que levanta o questionamento sobre a possibilidade de faltar “fôlego” às principais peças até o final do longo certame. Já o Leão da Ilha ainda está atrás no processo de reformulação e acertou oficialmente com três jogadores. Até agora, peças mais jovens. Fica a dúvida, no momento, se elas darão conta do recado.

Arte/Diario de Pernambuco