Sport

Para Sport e Náutico

As lições da primeira rodada

Primeiro jogo no Brasileiro foi suficiente para ensinar obrigações

postado em 21/05/2012 08:22 / atualizado em 21/05/2012 08:41

Tiago Cisneiros /Superesportes

ANTÔNIO CARLOS MAFALDA/MAFALDA PRESS/AE
Náutico e Sport quase passaram por média na primeira prova da Série A. O Timbu encarou o Figueirense de igual para igual, em Florianópolis. Já o Leão subiu ao gramado da Ilha do Retiro para enfrentar o Flamengo e, em boa parte do jogo, chegou a pressionar o adversário. Diante do bom desempenho na estreia, é razoável afirmar que os dois pernambucanos poderiam ter saído de campo com os três pontos. Poderiam… não fossem o desperdício de oportunidades claras de gol e alguns vacilos na marcação. Falhas que nem sempre fazem diferença na Série B ou no Pernambucano, campeonatos com os quais Náutico e Sport estão acostumados, mas que, muitas vezes, definem as partidas na elite nacional.

1)  Jogo só acaba quando termina
Poucos times da Série A vão desistir da partida antes do apito final, principalmente quando apenas um gol for o bastante para empatar ou vencer. Foi, exatamente, isso que o Figueirense mostrou ao Náutico. No último minuto de jogo, o meia Caio recebeu a bola na pequena área, tentou de bicicleta e, no rebote, sacramentou a derrota timbu, por 2 a 1.

Para que não voltem a sofrer com os gols no “apagar das luzes”, os representantes pernambucanos na Série A não podem jamais se descuidar da marcação. Um vacilo pode ser o suficiente para arruinar um resultado positivo construído ao longo de toda a partida. O ideal, na verdade, é não permitir que o adversário se aproxime da sua área.

2)  Quem não faz…
O Sport e, principalmente, o Náutico abusaram de perder gols na primeira rodada. Em diversas oportunidades, os atacantes dos times pernambucanos poderiam ter matado o jogo. O estreante Araújo, por exemplo, desperdiçou dois lances em que recebeu a bola de cara para o goleiro.

Na Série A, as chances claras de gol costumam aparecer com pouca frequência, devido à qualidade defensiva das equipes. Exatamente por isso, Náutico e Sport não podem confiar na “próxima oportunidade”. Às vezes, ela não vem. Colocar a bola no fundo das redes, sempre que possível, é fundamental para definir a história do jogo. Foi assim, por exemplo, que o Flamengo empatou a partida na Ilha do Retiro.

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
3)  Pernas, para quê te quero?
Ao longo da última semana, muito se falou sobre a vantagem física do Sport em relação ao Flamengo. O rubro-negro pernambucano vinha jogando regularmente, pelo Pernambucano, até domingo. Já os cariocas não faziam uma partida oficial desde a eliminação no Estadual, em 22 de abril. Na hora H, no entanto, a perspectiva de superioridade leonina não se confirmou.

O auxiliar técnico e treinador interino Gustavo Bueno, inclusive, precisou queimar as três substituições a pedidos de jogadores. O volante Naldinho, o meia improvisado Thiaguinho e o atacante Felipe Azevedo não aguentaram ir até o final do jogo. Em um campeonato no qual as partidas, muitas vezes, são bem disputadas até o último minuto, é preciso que os principais atletas estejam “a ponto de bala”.

4)  Cada um no seu quadrado
Nos quatro primeiros meses do ano, o Sport jogou em função do “maestro” Marcelinho Paraíba. Com a saída do meia para o Grêmio Barueri, o Leão fez sua estreia descaracterizado. O interino Gustavo Bueno optou por improvisar o lateral direito Thiaguinho como homem de armação. No Timbu, o técnico Gallo colocou o volante Auremir na lateral direita, preterindo, inclusive, o prata-da-casa João Ananias. As duas escolhas mostraram que um bom atleta da posição faz falta.

A montagem do elenco e a escalação precisam considerar as características dos atletas e o estilo de jogo da equipe. Jogadores que atuam em diversas posições podem ser úteis, mas não devem ser encarados como salvação. Em um campeonato longo e disputado como a Série A, os “especialistas” conferem mais equilíbrio e segurança ao time.

5)  Toma lá, dá cá
Náutico e Sport montaram times fracos no início do ano e esperaram a eliminação no Estadual para começar a reformulação. A demora resultou em equipes bastante modificadas na primeira rodada da Série A. O Timbu teve seis estreantes contra o Figueirense, e o Leão apostou em meias e atacantes pouco usados pelo ex-técnico Mazola Junior. Conforme esperado, ambos sentiram a falta de entrosamento.

Como é impossível voltar no tempo e refazer o planejamento, cabe aos técnicos Gallo e Vágner Mancini dar uma “cara” às suas equipes. E logo! Caso cheguem a ter um time-base ainda nas primeiras rodadas, Náutico e Sport, provavelmente, vão jogar melhor e com mais consistência. Consequentemente, poderão conquistar bons resultados e ter menos dificuldades na reta final da competição.